Muito obrigado pelo carinho...
Tendo resumir meus desejos todos a um só: que a minha voz encontre eco nas almas que carregam como marcas dentro do peito, a metade da marca que trago no meu...
Sinto um fogo percorrer minhas entranhas quando ouço que alguém pode compreender o que até agora vivi, e o que escrevo em reflexo disso. A alegria faz um redemoinho no meio da minha tristeza quando ouço que alguém entende a palavra que está escondida dentro do mistério em meu peito... E essa euforia abafa um pouco a tristeza (ou vice-versa), se ouço repetida no mesmo eco, a canção que canto... Tenho aqui calada dentro do peito a palavra ainda não pronunciada... E carrego a esperança de que os corações que a ouvirão (ou já ouviram) estejam sendo preparados por mãos tão hábeis como aquelas que teceram nossas almas com esse material que só mesmo aquelas mãos possuem.
Ouço ao longe uma voz dizendo que conhece o meu desejo... E a esperança que hoje renova aflorada em meu íntimo é como uma sementinha tenra ainda, mas que já insiste em germinar. E esse sentimento (que mesmo me parecendo novo), evoca outros eternos do mesmo naipe... E bebo das palavras que são meu alimento todos os dias, na esperança de que alguém se alegre comigo e queira provar desse vinho que delicia minha alma... E vejo como que o alimento servido no banquete das alturas, e espero ansioso que outros se assentem ao meu lado e olhem a mesma altura, e falem a mesma palavra, nutrindo sua alma com aquilo que nos é oferecido...
Encanta-me aquilo que está nos nossos corações... Mas pra mim tem sido uma angústia, como se eu tivesse no peito o peso de um coração de ouro... Gostaria de ouvir mais uma vez de tua boca, que entende do brilho desse mesmo coração que ora mostro polido com a flanela da esperança.
E se é que entende, eu peço que não olhe para os dedos daquele que aponta, mas veja o que é que tenho mostrado. O que aponto é zilhares de vezes mais importante que os dedos... Esqueça os anéis. Veja novamente o que mostro...
Um forte abraço,
