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Cartas-->QUANDO VALE A VIDA DE UM BRASILEIRO? -- 29/09/2005 - 19:36 (Marta Helena da Mata Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Italia, 29 de Setembro de 2005


CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO BRASIL, SR. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, AO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, SR. CELSO AMORIM, AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ITÁLIA, SR. ITAMAR AUGUSTO CAUTIERO FRANCO E AO CÔNSUL-GERAL DO BRASIL EM MILÃO

Exmos. Senhores,

A revista Mundo Brasil tem acompanhado, ao longo dos seus seis anos de existência e contato com a comunidade brasileira, casos desesperados de brasileiros mortos, cujos corpos são enterrados como indigentes, outros que só podem ser enterrados ou traslados para o Brasil através de coleta caridosa entre a comunidade brasileira; casos de brasileiros que desaparecem e ninguém sabe mais notícias; outros que tentam suicídio e restam abandonados em hospitais; mulheres que perdem os filhos para maridos inescrupulosos; outras que não podem tornar ao próprio país; casos de garotas que foram atraídas com promessas de trabalho e se tornam escravas da prostituição; enfim, o elenco é suficientemente extenso, para que deixemos os braços cruzados e deleguemos o assunto a uma falta de sorte do indivíduo em questão.
Na manhã do sábado passado, dia 24 de Outubro de 2005, a rede Globo Internacional de Televisão, divulgou o programa “Planeta Brasil”, cujo tema era a travessia ilegal de brasileiros na fronteira com os Estados Unidos e o que o Governo, Consulados e Embaixadas podem fazer para ajudar o cidadão em dificuldade. O assunto foi tratado, como sempre, de maneira superficial. Políticos, embaixadores e funcionários do Itamaraty se mostravam preocupados com o fenômeno, mas as soluções se restringiram ao conselho de não cair nas mãos dos “coyotes”.
Por várias vezes a revista Mundo Brasil tentou, por meio de entrevistas e cartas, algumas abertas, sensibilizar as autoridades brasileiras na Itália sobre o descaso que o nosso Governo tem para com os seus cidadãos que vivem fora do País. O presidente Lula, que teve ampla vitória em primeiro turno entre os brasileiros residentes na Itália, começou o seu governo dizendo que ia cuidar dos corajosos brasileiros que ganham a vida fora do país e se sacrificam para ajudar suas famílias. Entre as ações que o governo Lula adotou, soubemos apenas das contas internacionais abertas a brasileiros no exterior dos bancos do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú.
Sabe-se que os brasileiros mandam cerca de 10 bilhões de reais ao ano para o Brasil, superando em muito as divisas obtidas com a exportação do café. No entanto, apesar das taxas de envio de dinheiro e o lucro obtido com a troca de moeda, o nosso Governo ainda trata a comunidade brasileira como se fosse invisível. Durante esses anos, já ouvi de ministros, embaixadores e funcionários da Embaixada que o assunto é do Consulado, e dos Consulados, que não existem verbas.
O que parece muito claro, é que o Governo do Brasil, que pouco ou nada faz para acabar com o desemprego que impele o seu povo a emigrações desesperadas, ainda se comporta de maneira criminosa não organizando uma campanha de esclarecimento sobre as dificuldades que os brasileiros irão encontrar no exterior, a começar pelo desprezo das próprias autoridades. Como se não bastasse tal indiferença, ainda declara que não há verbas para fazer o traslado de corpos de brasileiros mortos em situações desesperadas como a de Ana Lúcia Bandeira Bezerra, morta em Gênova, no domingo passado, e cujo pai se declara disposto a vender os próprios órgãos para enterrar a filha no Brasil (redação Terra – 28/09/05 – www.terra.com.br/noticias)
O que foi o caso do Jean Charles, que levou até o ministro Celso Amorim a Londres para pedir explicações ao governo britânico? Uma morte por execução pública e primária vale mais que uma morte no anonimato? Ou uma ótima desculpa para se fazer propaganda política?
QUANTO VALE A VIDA DE UM BRASILEIRO, Senhores?
Esperamos que essa missiva não fique sem resposta, como tantas outras no passado.


Cordialmente

Marta Helena da Mata Almeida
Revista Mundo Brasil
Diretora editorial

m.mundobrasil@libero.it










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