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Cronicas-->EM DEFESA DE ALGUNS PADRES -- 02/02/2011 - 11:02 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


EM DEFESA DE ALGUNS...

...padres. Recebi algumas mensagens um tanto contrariadas com minha posição anticlerical. Respeito-as, embora não tenha podido ver nenhum argumento mais humano que justificasse a discordància. Ainda assim, considero. Referiam-se à minha possível/visível repugnància a um membro eclesiástico, celebridade pujante e venerada pela mídia cri$tã.
Não me abalo e, não obstante não deseje fazer dessa posição um carro-chefe ou leme de movimento, hei de, prudentemente, separar o joio do trigo.
Nos anos da repressão militar, conheci gente eclesiástica, incluindo o próprio pe. HÉLDER CÂMARA, que gostava de assim ser chamado. Dom Hélder, homem do seu tempo e iluminado como ser humano, parecia e praticava seu cristianismozinho particular, se é que devamos levar a sério uma passagem do novo testamento: "se queres seguir-me, dá o que tens aos pobres".
Pois. Conheci-o justo na semana do atentado a ele, que matara outros. De fato, ficaria muito esdrúxulo, pesado demais, se as forças internacionais, soubessem que o governo militar mandara matar dom Hélder.
Antes, em 1968,a meses de me casar com efeito religioso, numa igreja Rosário dos Pretos - talvez para fazer jus à minha raiz negra - convidei um religioso jovem, culto e engajado (só pra usar um termo em desuso)para oficiar a cerimónia. Tratava-se do pe. Antonio Henrique, cuja imagem foi chacinada com o corpo inteiro, num abril fatídico de 1969. (Reconheço e explico que ali casei para satisfazer desejos de mãe e de sogra).
Eu o conheci nas minhas andanças pela esquerda trotskista e eventuais conjunções com a Pastoral.
Sei convictamente que nada disso torna o homem melhor ou pior, todavia, ao menos nos ensina a refletir sobre nosso papel naquele instante. Essas pessoas a quem me refiro, são pessoas especiais e compreensivelmente marginalizadas pela Igreja Católica e seus áulicos.
Esses homens, qualquer que tenha sido seu objetivo, há-que se ter em mente sua busca incessante pela justiça social e a paz no mundo.
Por isso, àqueles que me possam confundir ou julgar pela metade, advirto que meu ateísmo, que naquela época era um agnosticismo político e parcial, não é um desejo de reformar o mundo ou querer torná-lo inocente como meu neto Renato; Jamais.
Essa reverência é apenas uma forma íntegra e integral de demonstrar certo espanto em ver que os religiosos de hoje, fazem questão de contrariar o pensamento e ação de um agitador político na Galiléia, ainda que se possa nutrir dúvida sobre sua existência real.
Ademais, recebi uma mensagem que dizia "o padre está rico vendendo artigos religiosos". Não é de estranhar; afinal, Lutero também ficara muito puto nas calças com a venda de indulgências lá na Alemanha. Só que, ao invés de chutar o pau da barraca eclesiástica... ele criou uma reforma, protestando. Afinal de contas, distorcer é bem melhor do que fingir que acata.
Portanto, aí está o para quê de meu suposto engasgo com certo tipo de gente, não por acidente, militante das hostes eclesiásticas.


WALTER DA SILVA
Camaragibe, 02 jan. 2011

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