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cronicas-->ODE A UMA MULHER PISCIANA -- 23/02/2011 - 09:33 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




ODE A UMA MULHER PISCIANA
para NORMA CARVALHO

Conheço NORMA CARVALHO desde os anos sessenta, quando adolescente. Numa época de assustados, lança-perfume e pouca dissimulação. Os assustados, festas residenciais nas quais o aniversariante era invadido em sua casa, por eventuais convivas que levavam suas próprias bebidas e comidas. No estilo estadunidense, uma espécie de BYOB, isto é, traga sua própria bebida. Nem sei ao certo se esse tipo de efeméride ainda existe, como também não existe mais o lança-perfume, senão clandestinamente.
Além de exibir um perfil circunspecto, trazia consigo um belo par de olhos castanho-esverdeados, como a lente G15, da bausch & laumb, concebida para se esquiar na neve e a qual uso até hoje.
Durante um assustado, acompanhada com uma amiga de infància diametralmente oposta em termos genéricos, depois de apresentado que fui a ela, inadvertidamente sujei-lhe o vestido rosa, com uma estúpida e desastrada dose de cuba-libre.
Em seguida, ao se trocar em casa, tive a sorte de tê-la de volta. Para algum incauto a sensação que se me tomara era de deslumbre, vestíbulo de uma paixão que duraria anos.
Suspeito ou não, reafirmo que NORMA CARVALHO é uma mulher sobretudo discreta. Às vezes, do planalto de minha temperança oposta, instiguei-lhe a reagir com mais força. Jamais o fez, exceto quando lhe traí e ela me mandou sair de casa, o que fiz muito constrangido, por ela, pelo belo casamento que cometemos e pela mordomia resultante dele.
NORMA CARVALHO é muito amada. Inclusive pelos que não a conhecem. Mais claramente: quando me refiro a ela e seus excelentes defeitos, o(a) interlocutor(a) quase sempre me afirma perempto: "Tu ainda a amas?". E, em silêncio, não sei sequer se me respondo.
Um cara conhecido comum, tachou-lhe a alcunha emblemática de INSTITUIÇÃO. E todos seus amigos e amigas hão de concordar.
Ao desfazer tantos anos de vida, ela continua a mesma mulher: serena, conselheira e sobretudo generosa. Sidarta Gautama me ensinou uma lição que luto para praticar: "DESAPEGO NÃO É RENÚNCIA". NORMA CARVALHO não tem apego a quase nada, ainda que não renuncie a seu direito de dizer não.
Num filme recente, de 1986, do Mike Nichols, o discurso do padrinho de casamento imita minha frase, ou quase: "O amor é tudo. Mais do que uma simples festa".
A aniversariante, por saber o íntimo sentido do amor, não precisa repetir bobamente que ama alguém. Ela simplesmente concretiza com ações.
Se o nobre e paciente leitor não sabe, NORMA CARVALHO uma vez oficiou o sacramento do batismo. Uma sobrinha filha do meu único irmão morrera e, sua mãe aflita e inconsolável, lastimava não a haver batizado. NORMA CARVALHO, em toda sua serenidade, simplesmente disse " eu batizo". Assisti comovido àquilo e não me arrependi de tê-la conhecido.
NORMA CARVALHO, em nome do AMOR que paira sobre todos nós que te amamos, aceita nosso abraço, pouco para o muito que representas.


WALTER DA SILVA
Camaragibe,23.02.2011
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