Semanas custam a passar,
Aguardo o dia de ver você.
As horas não são importantes.
Encurto os dias como posso,
Tornando uma semana em meia,
Transformando o dia em momentos.
É tudo inútil quase sempre.
E eu sofro, brigo, resmungo e aguardo.
O que mais eu poderia fazer?
Não desejo ver você sorrindo,
Nem mesmo flagrar seu olhar a mim,
Apenas quero ver você,
Como você está agora,
Sem uma maneira especial qualquer.
E o amor vai criando formas.
Nem belas, nem honestas.
Apenas no formato correto.
Simples nos olhos de quem ama,
Inocente nos olhos de quem vê.
O livro me consola.
A música nem tanto
(invariavelmente penso em você).
Então as atitudes mudam.
Sempre mais calmo (não como hoje),
Sempre mais honesto…mais claro.
E como se eu não esperasse,
Como se eu não quisesse,
A hora chega. Sempre chega.
Abraço forte. Forte demais.
Demonstro uma fraqueza
Que jamais quis compartilhar.
Você não se importa,
Afinal, acaba fazendo o mesmo.
E quando acaba,
E tudo tem um reinício,
Tento me acalmar,
Para que não seja tão doloroso.
Mas sempre é…sempre é.
Não choro. Não consigo.
A felicidade nunca fez isso comigo,
E momentos serão os de tristeza.
Tento evitar. Não ser piegas.
Mas “amor” apenas jorra no papel,
Tornando-o puro e saudável.
Não chore. Sei que não o fará.
Você é forte. Mais do que eu.
A saudade não é obstáculo,
É a beleza de todo o relacionamento.
E a briga faz parte.
Sempre fez.
E tristeza vem e vai.
Não há como fingir.
Não neste ponto que chegamos.
Nós sabemos. Ninguém mais.
Durante semanas olhei para o papel.
Branco, limpo. A caneta pousada,
Sem saber o que dizer…como dizer…
E na madrugada, num quarto escuro,
Tudo tornou-se simples,
Como se compreendesse agora,
Como se soubesse que este era o momento,
E que este seria nosso… seu e meu,
Marcado em meu peito…
…e pendurado na porta de teu armário. |