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cronicas-->NERO, MULUNGU E A DUQUESA DE CAMBRIDGE -- 01/05/2011 - 14:29 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


NERO, MULUNGU E A DUQUESA DE CAMBRIDGE


Já disse numa dessas cronicas que sou cinófilo. Mas para sê-lo, estou consciente, é preciso paciência. Aliás, é preciso pra tudo. Inclusive pra se aguentar a democracia circundante, com o aumento da taxa de juros Selic.
Alguns mais demandantes referem-se à mãe de suas mulheres, quanto ao pleno exercício dela, a paciência. Não chego a tanto, dês que não tenho sogra.
Os cães, animais supostamente inferiores, praticam atos impensáveis se comparados ao ser humano. São trabalhadores, não reclamam senão pra comer, não se ajoelham e, eventualmente, mordem. Havia resolvido intempestivamente não usufruir mais de sua alegre companhia.
Ocorre que, heraclitamente falando, tudo muda. E resolvi mudar a decisão. Adquiri um animal da raça Labrador. O criador quando veio me entregar o animalzinho com uns cinquenta dias de vida, adotou um nome que não me agradou. Heraclitamente, mudei-o. Ora, se ele é negro, porque não NERO, em vez de tiririca, que lhe foi originalmente dado? Sem comentários.
Está completando cinco meses, no dia 25 de maio. É irrequieto, comilão, inteligente e gosta de mordiscar meu tornozelo. Já estou assistindo ao Daniel Millan, do Animal Planet, pra ver se ele tem algo em torno do assunto. Se não, vou ter que me virar e, durante as escovações dia sim, dia não, tentarei usar meu poder de persuasão pra ver se termino com essa mania incómoda.
Vou levando segundo o figurino dos criadores: lembra-te que um cão é um cão e um homem é um homem. Parece óbvio, mas pra quem já os cria há muito tempo, faz alguma diferença.
O Labrador, preto de pelagem brilhante é um animal de trabalho. No campo, nas cidades e alhures. Gosta de criança e aprende fácil. Recentemente vi um grupo deles farejando, pasmem, cocó de Gepardo, na África, como uma maneira de os fazendeiros localizarem os predadores.
NERO, a quem meu vizinho broadcaster adicionou Calígula no nome, em sendo um sujeito incansável, cismou de destruir meus mulungus brasileirinhos, da espécie Erytrina, uma árvore linda e decorativa. Venho tentando adotá-lo em minha área, onde moro, já faz algum tempo. Já o fiz com mudas, pequenos galhos frágeis etc. Mas ainda não descobri porque não vingam. E gosto eu mesmo de plantá-los como fiz com mangueiras, pitangueiras, gravioleiras e que tais. Alguns dizem que se trata de sorte, outros que se trata de mão. Mas confesso que sempre uso as mesmas que a natureza me outorgou nos membros superiores.
Quem sabe ainda não é tempo de plantar, tampouco também de colher. Quiçá não seja eu merecedor do brasileirinho, já que não sou xenófobo o suficiente no ramo fitológico.
E sigo em frente, tentando, posto que já escrevi filhos, plantei alguns textos e agora quero porque quero gerar mulungus à beça.
Quanto ao NERO, que significa negro em italiano, não consigo convencê-lo a parar de arrancar a pobre e indefesa planta, já que o próprio dono dele não tem conseguido fincá-la ao chão eficazmente.
Ah... ia me esquecendo: a Duquesa, durante sua breve lua-de-mel em palácio, foi vista encomendando argila com o marido, certamente para reproduzir através dessa matéria-prima, o novo rebento real, cujo sangue azul dispensa maiores comentários neste dia do trabalho compulsoriamente plebeu.


WALTER DA SILVA
Camaragibe, 1° de maio de 2011.
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