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Cronicas-->DEZ LIVROS QUE ESTRAGARAM O MUNDO -- 04/05/2011 - 09:52 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



DEZ LIVROS QUE ESTRAGARAM O MUNDO

João Ferreira

Porto, 04 de maio de 2011





As livrarias podem ser também locais de repouso e de atividade mental. Em minha passagem por Portugal me deleita passear pelas ruas, sentir a vida ao natural, observar e visitar livrarias e sebos. Os passeios sempre terminam numa livraria, num sebo ou numa biblioteca. Na cidade do Porto, de vez em quando, gosto de pegar o metrô e dar uma esticada até ao shopping Dolce Vita. Sempre que vou, não deixo de entrar na livraria Bertrand que me oferece informações de periódicos nacionais e europeus e novidades editoriais. Tenho ali os jornais diários do país, muitas revistas de ideias nas principis línguas europeias, os últimos lançamentos editoriais e boas secções de literatura, história, filosofia, política e ciências sociais em geral. Paro um pouco, escolho um livro, sento num sofá, folheio, leio, aproveito. Na última vez que fui à Bertrand do Dolce Vita encarei com o livro "Dez livros que estragaram o mundo e mais cinco que também não ajudaram em nada" da autoria de Benjamin Wiker. Folheei o indice e achei que ali havia matéria abundante para conhecer, refletir e debater. Quando falamos em livros que estragaram o mundo, pensamos naturalmente em livros negativos. Muitos comportamentos dos homens estragam o mundo. Pelos vistos, a julgar pelo depoimento de Benjamin Wiker, também há livros que estragam e estragaram o mundo. Peguei o índice. E então verifiquei que os dez livros que, na opinião de B Wiker, estragaram o mundo foram: O Príncipe de Maquiavel(1469-1527); o Discurso do Método de René Descartes(1596-1650); o Leviatã de Thomas Hobbes (1588-1679); o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); o Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx ((1818-1883) e Frederico Engels (1820-1895); o Utilitarismo de John Stuart Mill(1806-1873) ; a Ascendência do Homem de Charles Darwin(1809-1882); o Para Além do Bem e do Mal de Frederico Nietzsche (1844-1900); o Estado e a Revolução de Vladimir Lenin(1870-1924); O Eixo da civilização de Margaret Sanger (1879-1966). As cinco obras restantes "que também não ajudaram em nada" são: o Mein Kampf de Adolfo Hitler, O Futuro de uma ilusão de Sigmund Freud (1856-1939), Crescer em Samoa de Margaret Mead(1901-1978),O Comportamento sexual dos homens de Alfred Kinsley (1894-1956) e A Mística Feminina de Betty Friedan(1921-2006).

É claro que a obra de Benjamin Wiker tem muito material para ser debatido. É nesse sentido que pode interessar. Todas as obras citadas foram usadas e aproveitadas pelos intelectuais, políticos, jornalistas e sociedde em geral, muitas vezes como dogmas como se fossem a última verdade. Importante é partirmos do princípio de que são apenas obras com ideias, capazes de serem discutidas como outras quaisquer. O método de Benjamin Wiker pode ser discutido mas tem a vantagem de abrir o jogo para a crítica. Como forma de exposição, Benjamin Wiker seleciona um pensamento de um autor, normalmente um pensamento que soa como um dogma, e em seguida o analisa e o desmonta como uma tese que ajudou a "estragar o mundo". Damos um exemplo para que o leitor tenha a ideia exata do processo de exposição de Wiker. Quando fala de Nicolau Maquiavel, Benjamin Wiker põe como epígrafe do capítulo o seguinte pensamento extraído de O Príncipe (1513):"É pois necessário que um príncipe, se quiser manter o lugar que ocupa, aprenda a ser capaz de não ser bom". Falando de Descartes aproveita para colocar como epígrafe este pensamento extraído de O Discurso do Método(1637): "Rejeitar como absolutamente falso tudo aquilo em que pudesse conceber a mais pequena dúvida". Falando do Leviatã(1651) de Thomas Hobbes, apresenta o pensamento que vale como epígrafe: "Todos os homens têm direito a tudo."

E assim por diante. O método de exposição de Wiker é mostrar que o pensamento dogmático ou cético em política, em filosofia em direito falseia perspectivas de avaliação e comportamentos e "estraga" a cabeça dos homens, o "mundo".



Porto, 4 de maio de 2011

João Ferreira


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