Caminhar (*)
De manhã, sol de abril, abro a janela para refrescar-me um pouco e observo um colega de trabalho a exercitar-se na caminhada matutina, que faz frequentemente.
Seu nome: Felisberto
Com mais de 1/3 de século na mesma empresa e mais de 50 anos de serviço, constituídos de:
Trabalho
estudos
humildade
honestidade
não se sente, graças a Deus, motivado para aposentar-se.
Em suas orações, pede que tenha mais anos de vida (e saúde, lógico), para que possa produzir mais ainda.
Resumindo, sua rotina tem sido tranquila e formada por:
Amigos, reuniu poucos; mas, com muita propriedade, sinceros.
Bens patrimoniais: o suficiente para manter os hábitos modestos.
Dívidas, só com Deus.
Amor, somente da mulher, dos filhos e dos netos.
Meta de vida: não praticar o mal e fazer o bem sem olhar a quem.
Quando, de surpresa, me vê, pronuncia:
- Por que não caminha em vez de ficar aí curtindo a indolência?
Sem resposta, entendi que ele tinha razão.
Quem caminha tem oportunidade (e mais do que isso) de atingir marcos e de prolongar a vida.
Enfim, caminhar sempre; de preferência, com os pés no chão e o olhar nas estrelas.
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(*) Brasília, DF, 12/05/2011.
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