Um piano esquecido
adormece por entre
o ruído do formigueiro.
Melodias e almas
sujas de vazio
enternecem a noite.
Cai o sol, inerte,
suspenso da função
de revelar. Distraído.
Ausente, escrevo, alheio
de ti e da inspiração.
Percorro a saudade.
Invento, desenho e caio.
Podre e desistente.
Ex-voto do teu rosto.
Aqui tudo é alienação.
Sou mais um insecto
ávido de «Shopping».
Aí, no país da luz,
as pegadas do meu odor
jazem, ocas e estéreis. |