Ah! aranha espantalha,
só estamos nós aqui
sem sabermos jogar xadrez...
Tu ficas aí bolando desenhos trigonométricos,
faças uma teia impermeável
para nos cobrir
do sereno noturno,
chega pra cá, de solidão, de silêncio,
de pensar planos...
A muralha ficará por hoje,
amanhã em pedaços...
Teças um fio até o outro lado
para que possamos fugir,
terça ou sexta
não sabemos que dia é,
de nada adianta, querer adiantar...
Tu és incomunicável,
irás embora sozinha no meio da noite
pela escada da covardia,
coração de espiã...
Cala-te, até chegar a hora
ficas no teu canto
e eu no meu. |