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Cronicas-->Como diz o velho deitado -- 30/06/2011 - 10:18 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como diz o velho deitado

Lá fora um casal de andorinhas voa feliz. Sabe-se que uma andorinha só, não faz andorinhos. Na estrada que se vê ao longe, caminham de mãos dadas um médico e um louco. O louco larga a mão do médico, porque de médico e de louco ele só tem o lado louco.
Um casal de namorados prontos para o baile à fantasia diz juras de amor. Enganei-me, não era fantasia. Os narizes dos dois é que eram muito grandes. Dois narigudos não têm narizes perfeitos.
Tento acertar os ditados populares, mas sempre algo me diz para escrever diferente e não ficar na mesmice que todos conhecem. Cheguei à conclusão de que é errando que se é reprovado.
Alguns me conhecem, outros não. Fiquem todos sabendo que: Eu sou eu, foi meu pai que me encomendou.

Dentro da casa, índio e Flamenguista discutem.

índio - índio quer apito, se não der, não começa o jogo.
Flamenguista - Atrás de uma bola sempre vem um perna de pau.
índio - De grão em grão, a galinha vai bicando.
Flamenguista - Crássico é crássico e framengo é framengo.
índio - Na natureza nada se cria, tudo se procria. (Entra o ladrão).
Ladrão - Ladrão que rouba de ladrão é ladrão.
índio - Quem não tem cão, caça com cachorro mesmo. (Entra a Mulher com o Careca).
Mulher - O melhor amigo do homem é o pior amigo da mulher.
Ladrão - De boas intenções o inferno vai lotar. (Entra um Bom homem).
Flamenguista - Em time que está ganhando, tenho pena do adversário.
Bom homem - Mulher de amigo meu, pra mim é mulher.
Ladrão - (caminhando com má intenção na direção do Bom homem) - Quem dá aos pobres fica mais pobre.
índio - Quem casa quer casa, roupa lavada e comida.
Mulher - Beleza não põe mesa, põe banquete.
Flamenguista (Como sempre com raiva do mundo) - O calado empata e vai para os pênaltis. (A mulher fica confusa, mas resolve não responder. Sai pela porta e volta em seguida).
Mulher (para o índio) - O que é do homem é também da mulher.
índio - Não confunda alho com cará. (entra o Japonês.)
Japonês (para o índio) - O que selia do amalelo se não existisse a laça japonesa.
índio - Mais valem mil pássaros no mato do que um na mão.
Ladrão - A pressa é uma fuga da polícia. (Entra a Freira).
índio - (para a Freira) Água mole em pedra dura, nunca se vê a pedra furar. (Olha para o Flamenguista, sem entender o que significa a camisa colorida com as cores preta e vermelha).
Freira (com as mãos juntas ao peito, em tom solene de oração) - Deus ajuda quem pede socorro.
Ladrão - Quem avisa é dedo duro.
Freira - Quem nunca pecou é um santo. (Olhando para todos e analisando com qual poderia pecar).
Japonês - Quem vê cala não vê coloa.
Ladrão - O crime, pessoal, pense: não compensa, mas dá uma alegria...
Freira (Pensando em atos pecaminosos) - Quem chegar por último é marido da freira.
Japonês - O aplessado come mais lápido.
Freira - Quem fala a verdade não é mentiroso.
índio (perdendo a paciência) - Vivendo é que se sobrevive (O Flamenguista vai embora sem se despedir de ninguém).
Japonês (para o índio) - Quem espela tem tempo a perder.
índio - Pau que nasce torto, um dia morre, tortinho, tortinho. (Uma pedra atravessa a porta aberta, obviamente atirada pelo Flamenguista, e pega na cabeça do Careca. O Careca sai com a cabeça ensanguentada.)
Careca (antes de sair) - É dos carecas que os cabeludos gozam. (Entra o Cego, pela porta dos fundos.)
índio - O que arde cura, o que não arde, também.
Cego - Por que me olhas se não estou nem aí.
índio - Macaco velho não é macaco pré-histórico.
Cego - Vim, vi, voltei e não enxerguei.
Freira (Novamente com pensamentos proibidos pela lei divina.) - Santo de casa não faz milagre, faz pecado.
índio - Nem só de pão e mulher vive o homem.
Japonês (para o Cego) - Quem pode, pode. Quem não pode, não pode.
Ladrão (Com tom de quem conhece os caminhos tortuosos da vida) - Se não podemos com ele, corramos bastante.
Freira - Não há sábado sem sol, nem domingo sem missa, nem segunda sem uma primeira.
índio - Homem que é homem não chora, se desespera. (Todos se dirigem para a porta, menos o Ladrão, que fica para ver se deixaram alguma coisa de valor para fazer a feira).
Cego - Devagar se vai, se vem e se perde. (Todos saem com o Cego na frente. O Ladrão vai atrás).
Ladrão (Feliz porque conseguiu algumas bugigangas que poderá vender e proferindo algo que os afastasse dele. Reconhecendo também que é uma má companhia) - Antes só do que comigo.

Quem leu o livro de Cronicas "O nariz" de Luís Fernando Veríssimo, Editora Ática, vai comentar que fiz plágio da página 38, "Incidente na casa do ferreiro". Não vou me defender, porque: "Na natureza nada se cria, tudo se copia". Ih, falei um ditado correto...
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