Na nossa cultura é exigido que nós sejamos o que não somos, de termos que vestir máscaras, de exibirmos disfarces.
Não conhecemos nosso self genuíno, verdadeiramente, por acharmos que ele não seja aceitável. Como uma sociedade pode aceitar o outro como ele o é verdadeiramente, se não foi aceito, primeiramente, pelos pais?
Quando é dito a uma criança: "Nãofaça essa cara triste, você espanta as pessoas". "Não chore, não mostre sua fraqueza". (choro relacionado a fraqueza). Ombros para trás, peito para frente, assim diz o pai para seu filho, postura de homem, e o filho passa a adotar uma fachada de masculinidade. agradar o pai, ser aprovado e obter o amor.
Assim com toda essa cultura nos impondo e nos formando, nós construímos uma estrutura corporal. Nossos corpos são moldados por forças sóciais e assim vai determinando nosso destino: o de termos que agradar para sermos amados.
Amor, como forma de troca de algo? Como fica esse amor? O que o homem entende por amor?
Amor que se diz ser um sentimento espontâneo de afeição e de calor humano, dito pelo próprio homem, e sendo expresso de formas diferentes. Amor como ganho em troca de algo. amor que implica numa aceitação, mas que essa aceitação foi negada à criança, "ser ela mesma". Amor que implica: "amar o próximo como a si mesmo", mas onde estará o "a si mesmo?" Perdemos a essência de sermos nós mesmo, nos foi tirada, roubada, destruída, esmagada. Recuperar é descobrir o que realmente somos e podemos nos amar para podermos amar o outro.
O homem parece ser prisioneiro de um ciclo vicioso que cada vez mais se fecha, estreitando sua vida e o seu ser. Parece difícil reconhecer que carrega essa máscara, e de perceber que faz parte de um jogo da sociedade. Parece difícil deixar cair cada máscara, cada papel, e ser o ser genuíno. essa máscara começou a fazer parte da nossa natureza, começou a tomar conta do nosso ser e, fomos aos poucos perdendo a nossa originalidade, uma perda tão forte, e sem saber como a perdemos e, o que perdemos. Assim nos tornamos parte do jogo da sociedade, sem nos darmos conta da possibilidade de sermos de outra maneira,
ou seja, de descobrirmos o que realmente somos.
O ser é poder chorar quando sentir necessedade, é poder sorrir, poder gritar, poder expressar sentimentos... Em fim é poder expressar a dor e a alegria, é poder estar consigo e poder ser feliz.
Como posso sentir se aprisionada estou?
Como posso viver se nem mesmo sei quem sou?
Como posso saber quem me ama, se nem mesmo sei me amar?
Como posso me descobrir sem ter que me errebentar?
Estou cansada, com medos, sem saber o que de mim sobrou.
Estou só, sem nem mesmo poder me encontrar.
Estou só, querendo me conhecer.
Cansada, cansada, cansada... O que devo fazer?
Vou caminhando numa trilha desconhecida, vou tentando conhecer.
Ora sinto vontade, ora tudo se apaga, fico perdida no mundo que não existo.
Ora não sei quem sou. Não há eu.
Estou prisioneira neste mundo irreal,
Estou sufocada, estou esmagada, numa peste emocioanl.
Nada é real, caminho numa trilha sem direção.
Tudo é escuro, tudo é medo,
Tudo é real e irreal também o é.
Que tristeza! Sinto meu peito apertar,
Sinto meu corpo travar.
Perco-me! Perco-me na dor, sinto-me só.
alguém me Ama? Como posso descobrir?
Desejo sentir, desejo ter desejos.
Desejo descobrir todos os meus desejos,,
Desejo ter desejos e poder ser também esses desejos.
E poder descobrir o ser que sou,
De uma sociedade que me esmagou. |
