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Contos-->A ORIGEM DE ANITA -- 25/08/2001 - 17:43 (Humberto Bley Menezes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ar cinzento e fino, a tarde lívida e seca, nenhum aceno na distância, a vida parada, o mundo ausente, assim. Perdido o prumo. Neste momento de não sei que, não sei onde, luzes passando com rapidez, olhos de cima inquisidores, tilintar de ferramentas extraindo a bala, regenerando a vida recuperando um destino que renderá certamente muita tristeza, muita euforia, contradições, traições, devoção, felicidade, desgraça, tragédias e paixões debochadas. Tudo enfim que a vida de uma pessoa que veio ao mundo para usufruir de todos os elementos, inclusive da morte, esta. a maior testemunha de que existe a vida que muitos valorizam de tal forma que não percebem que provocada muitas vezes torna-se o prólogo da felicidade.
- Anita. Estás livre deste hospital. Podes agora sair para onde quiseres, até mesmo para este lugar misterioso que dizes existir no mundo, o qual eu duvido que resista a você. Sossega menina. De qualquer forma, embora minha vontade tenha se perdido nos teus beijos arrebatadores e nos teus deboches e risadas do meu jeito de fazer amor,. não te esquecerei, vagabundinha. Espero que alguém possa te fazer mais feliz que este tal de Armando.
- Doutor, espero nunca mais encontra-lo, mas para seu consolo, devo dizer que você é muito gostoso.
Tuas últimas noites de plantão me tiraram da sensação de estar só, tão só que não resistia mais aos apelos da morte, desta vez sem sentido, pois, sem Armando. Deixa estar, sairei por aí a procura novamente de um amor tão pungente que as asas imóveis do tempo possam transforma-lo em vida plena e feliz até na velhice, ou na morte, cuja substância lentamente me arrebata e consome.Tchau, doutorzinho.
Anita saiu, percorreu ruas e avenidas, Nas costas uma mochila quase vazia carregava apenas Conchita,sua bonequinha espanhola, dançarina de castanholas mudas que girava para um lado e outro ao som de uma musiquinha chata que as vezes irritava Armando. No pensamento a estória de Cintia que um jornal vagabundo o vento grudou na sua barriga e por acaso indicou seu destino A tragédia da mulher assassinada pelo amante traçou o rumo da moça que sem Armando tomou a direção da cidadezinha. Sem o alento tênue e vago, com a confiança dos que nada mais tem a perder, nem a ganhar, e passam a vida como agentes do contraditório usufruindo dos fatos que provocam , cujo deleite e satisfação incontrolável não medem parâmetros, desprezando o convencional cinicamente usando da mediocridade
O fato é que ela chegou para tornar-se uma nova Cintia ou mesmo redimir Anita, não se sabe Mas, seu primeiro ato ao plantar gerânios foi ornamentar o ambiente para Conchita dançar livremente A música da caixinha ecoou pela cidade. E no coração das pessoas estancou-se o vácuo e aquele casarão que seria desabitado para sempre, tocou a melodia da vida, gargalhou debochado, gemeu e desmaiou escandaloso como presente de Anita, dona de herança incalculável, que ao deixar o convento aos dezoito anos decidiu ao ultrapassar as muralhas, viver a substância da vida despreendida de moral e costumes, liberta, expondo a carne e a alma ao imponderável destino.

hbm120147@ig.com.br
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