Sol, lua, estrela da manhã. Um porto pequeno. Uma baía triste e solitária.
Alguns pescadores partem. Os peixes estão fracos. Desenvolvimento retrógrado.
Distúrbios funcionais. A ilha está cheia de humanos.
Os papagaios estão mudos. O nevoeiro que cobre o lugar tem grande dimensão.
Um moleque chora de fome. Um homem chora de dor.
Os velhos estão cansados, é seu último dia.
O ritual começa lento.
As canoas estão prontas.
Os pescadores de homens chegam à ilha.
Os velhos embarcam na grande canoa.
A ilha se afasta, o mar é quem manda agora.
O ritmo lento das ondas marca o compasso do sacrifício.
Os primeiros anciãos sentam-se à borda.
Os tubarões cercam a grande embarcação.
As gaivotas assistem ao macabro espetáculo.
As primeiras manchas ruborizam a face silenciosa do mar.
Não há um grito, um gemido sequer.
O peixe acabou. Os velhos morreram.
O mar serenou.