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Poesias-->Espelho -- 13/10/2001 - 23:44 (Insantíssima Trindade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vejo-me a olhar minha parva face

Olho no olho, face na face

A contemplar um desgraçado



Sou eu?

Essa figura patética?

É meu esse rosto sombrio

E enegrecido e disforme?

Conquanto não quero, ele é meu!



Imploro-te, eructa-me

E esmaga-me

Pedaço por pedaço, sangue por sangue

Té nada restar

Nem alma, corpo, mente



Chuta esse cachorra faminto

Esfomeado e raquítico

Quebra-me

Osso por osso, membro por membro



Minhas lágrimas refletem minha alma:

Pusilânime, biltre, vil, gentio

Sou doce como o Anjo da Luz

Alegre como Plutão dos Infernos

Triste como o Sarcasmo sarcástico

Nobre como a Discórdia discordante

Belo como Vulcano coxo

Tímido como Mercúrio eloqüente

Pacifico como Marte guerra

Confiável como Cúpido apaixonado



Quero matar a desgraça

Mas ela me ama

Quero autossuicidar-me a mim mesmo

Mas já me estou morto











(12/10/2001)

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