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Contos-->O Pupilo de Catarina - Parte 2 -- 28/08/2001 - 07:50 (Nilson Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este campo verde, ah você nunca havia visto nada assim antes de vir para cá. Tudo é tão belo e vivo! A natureza aqui parece perfeita e há tantas estrelas no céu à noite... É você geralmente não é assim. Quase nunca se dá o tempo para apreciar este lugar, mas o tempo passa tão rápido e você anda tão ocupado... as coisas mudaram tanto! Agora sentado sob este carvalho, você se lembra da primeira vez que vislumbrou o lugar, há alguns anos atrás... Foi quando saltou pela janela com Camila e Henrique. Ah... Henrique...! Por que eles lhe levaram, droga? Uma das poucas pessoas das quais você realmente gostava... Uma lágrima escorre por sua face. Às vezes se pergunta pra quê serve esta mágika, pra quê que serve tanto poder, se não pôde salvá-lo quando ele mais precisou? Por que se importar com aqueles idiotas adormecidos? Por quê não desistir de tudo e ir simplesmente caçar aqueles miseráveis que levaram Henrique?

Você sabe a resposta quando a vê se aproximando... Catarina. Você não havia percebido isso na época, mas ela tem o mesmo olhar de Eliza... Será o tempo? É... Ele faz a gente confundir muita coisa. Mas se existe alguém que o tempo parece não tocar esse alguém é Catarina. Você cresceu, deixou de ser uma criança estúpida e que nada sabia do mundo e se tornou o homem que é hoje. Ela porém, nada mudou. Continua a mesma. Os mesmos cabelos negros e longos, os mesmos olhos ativos, penetrantes, a mesma pele branca e lisa. Como é bela! Ela se senta ao seu lado e lhe seca a o rosto com o verso da mão. Lhe abraça e encosta a cabeça na sua, enquanto o forte vento sopra e faz com que os cabelos dela façam cócegas no seu nariz. Ao vê-la assim, tão frágil ao seu lado, você chega a acreditar que existem duas catarinas, e esta é a que menos aparece, que vive escondida dentro da outra.

Vêm à sua memória as lembranças de quando a viu em batalha pela primeira vez... Era sua primeira missão "de campo". Você, Henrique e Camila. Catarina estava por perto observando, para se certificar que nada desse errado. Mas alguma coisa acontece e sua visão embaça por alguns instantes. Sua cabeça dói e quando passa os dedos pela testa você os vê vermelhos de sangue. Então ela se aproxima. Aquela imagem nunca vai sair de sua cabeça. Ela parecia o demônio em pessoa! Envolta em fogo e esbravejando. Uma língua flamejante envolve um homem que estava andando em sua direção. Ele vira uma massa sem pele, depois seus ossos aparecem e desaparecem, virando pó, tudo em menos de cinco segundos. Seus olhos percorrem o lugar procurando pelos outros dois e vê Camila desenhando um círculo no chão no exato momento em que a tempestade de fogo parece tomar toda a sala, mas estranhamente o fogo não chega em você. Tudo é muito rápido, o vento do local começa a aumentar, pequenas rachaduras vão aparecendo no chão.

Nesse ponto o fogo cessa. Catarina, que antes possuía sombras e ódio no rosto, está agachada, com um dos joelhos no chão. Camila e Henrique estão abraçados dentro do círculo, e não existe mais ninguém ao redor. Porém o vento continua a aumentar e pequenos tremores atormentam o chão. Catarina se levanta com o rosto impassível. Como se nada tivesse acontecido ela lhe estende a mão e diz "Acabou. Vamos sair daqui" Os outros se aproximam e vocês começam a andar, deixando o lugar quase que totalmente destruído. Você se lembra que naquela noite não conseguiu dormir, os gritos de Catarina ecoavam até o seu quarto. Você queria ir até ela e fazê-la parar de sofrer. Então, enquanto olha para o teto de pedra fria você faz o juramento: "Não vou deixar que nenhuma das pessoas que se importam comigo sofram mais! Vou ficar forte até poder fazer o sofrimento deles cessarem, como Catarina fez comigo hoje. Eu juro!".

Hoje você tem o poder que queria, mas as pessoas das quais gosta continuam sofrendo...
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