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Cronicas-->Feliz Ano-Novo Chinês -- 06/01/2012 - 12:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Feliz Ano-Novo Chinês

Hamilton Bonat - general da reserva

http://www.bonat.com.br/2012/01/04/feliz-ano-novo-chines/

Após certa quilometragem, tornei-me comedido ao festejar um novo ano. Não que eu seja tão velho, embora admita ter conhecido Kalashnikov, o inventor do fuzil AK-47, orgulho dos russos. Foi quando estive numa feira de armamento em Vladimir e me deparei com uma longa fila. Todos queriam o autógrafo daquele coronel, arqueado pelo tempo e por dezenas de condecorações. Cumprimentei-o, apenas. Não fotografei, do que me arrependo. Provaria não estar mentindo.

Na ocasião, outro fato me chamou a atenção. Havia comitivas pequenas – uma ou duas pessoas – de vários países. Americanos, exagerados, eram cinco. Chineses? Quase uma centena. Foi espantoso vê-los desembarcar dos ônibus. Seus uniformes os tornavam ainda mais iguais. E olha que chinos e russos nunca se deram muito bem. Porém queriam demonstrar força, não só aos russos, mas ao mundo todo que lá estava. Passados vinte anos, só agora percebo aonde os enigmáticos chineses pretendiam chegar.

O enigma chinês não é fácil de desvendar, mas, por questão de sobrevivência, é impositivo começar a estudá-lo. Quando nos deparamos com algo estranho, precisamos olhar mais profundamente.

Como vivemos os primeiros dias de um novo ano, comecemos pelo calendário. O chinês se relaciona a um dos 12 animais que teriam atendido ao chamamento de Buda. Assim, 2011 foi o ano do coelho; 2012, será do dragão; 2013, da cobra. Animais cada vez mais ferozes, transmitindo uma sensação, pelo menos para mim, de crescente ameaça. Conforta-me saber que, a partir de 2014, os bichos serão mais domáveis: cavalo, cabra, macaco, galo, cão e porco. Tomara!

Outro mistério é o mandarim, com seus inúmeros dialetos. É uma língua tonal e basicamente monossilábica. Diante dos seus símbolos, somos analfabetos. Ainda bem que, no caso do idioma, há certa reciprocidade. Levaríamos o mesmo tempo para aprendê-lo do que para explicar a um trabalhador chinês o significado de “Estado de bem-estar social”, aquele que tem ameaçado a existência da União Europeia. Suas dificuldades seriam imensas, pois seus dirigentes aprenderam com Mao a lhe sonegar informações. Por isso, contenta-se com um salário miserável, coisa inadmissível para trabalhadores do mundo ocidental. Graças a isso, a China despeja seus produtos em nossas lojas a preços irrisórios. Compete com nossa indústria que, taxada de todas as formas, começa a sentir-se ameaçada, assim como os empregos que gera.

O lado cruel do “capitalismo chinês” é a exploração do homem pelo homem. O isolamento a que o povo é submetido pelo governo, sonegando-lhe notícias de além-fronteira, é a face selvagem do “comunismo chinês”. Se perguntássemos a algum deles se ONGs estrangeiras tentaram impedir a construção da barragem das Três Gargantas, a maior do mundo, no rio Yangtze, ele responderia com um sorriso debochado. Se lhe contássemos que isso acontece por aqui, em relação a usina Belo Monte, daria gargalhadas. Conversar sobre aquecimento global? Nem pensar.

Parece complicado, não é? Pois nosso governo que trate logo de decifrar. Não podemos permanecer, com olhos de paisagem, admirando commodities desaparecerem no horizonte, para depois retornarem transformadas em manufaturas. Senão, nas próximas viradas, aqueles que ainda não tiverem perdido seus empregos, terão que comemorar com “cidra made in China”.

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