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Cronicas-->Muita areia para o teu caminhãozinho -- 23/01/2012 - 11:59 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Muita areia para o teu caminhãozinho

Aroldo Arão de Medeiros

Considero-me uma garota bonita, inteligente, simpática e feliz. Aconteceram uns revertérios na minha vida que não é bom comentar para não baixar o astral de quem estiver lendo.
Tenho vinte e poucos anos, ou seja, menos que vinte e cinco, senão diria: tenho vinte e tantos anos. Hoje estou contente demais, morando com meu primo, sua esposa e suas duas graciosas filhas. Estudo, trabalho e ajudo os que me ajudam no que posso e tento fazer até o que não posso para agradá-los e como forma de retribuição pelo apoio.
Uma semana antes do Natal ganhei uma passagem de excursão de meu avó. Fomos até Gramado apreciar as belezas que oferecem aos turistas ávidos por atrações natalinas. Nesse passeio, só de nossa família estavam: além de meu avó, o tio-avó, o tio palhaço, desculpem, é no bom sentido, uma tia, uma prima e as duas primas-neta. Não sei se existe esse último título, mas é o que pude arrumar.
Não vou comentar como estava agradável a cidade, o passeio de trem, a visita à fabrica de chocolates e em alguns parques. Explicarei sobre os acontecimentos que descontraíram quem passa por momentos delicados e quer viver com alegria.
O guia turístico era um gatão. Era quase um quilómetro sexual, porque os metrossexuais ele deixa comendo poeira, atrás do ónibus de dois andares. Comecei a puxar conversa, mas o cara não me dava a mínima. Pensei comigo: não vou desistir. Meu tio, muito querido e brincalhão para pegar no meu pé disse que:
- Ele é muita areia para o teu caminhãozinho.
Levei a frase a sério e ao mesmo tempo na brincadeira. De certa forma para ver se conseguia provar o contrário. Na diversão também usava como forma de sacanear com meu tio querido.
Cristaldo foi o nome que o alcunhei antes de saber o verdadeiro. Perguntada qual o motivo respondi com a voz segura:
- Para mim ele é um cristal virgem que terei que lapidá-lo para brilhar e ofuscar a todos, menos a mim que estou apaixonada.
A gargalhada foi geral.
O rapaz era marinheiro, digo, passageiro de primeira viagem a comandar quarenta pessoas, a maioria da terceira idade. Provavelmente estava nervoso, mas não demonstrava. O percurso inteiro me ignorou e meu tio sempre pegando no meu pé, apelidou Cristaldo de areia e eu de caminhãozinho.
Fim da viagem e só um beijo de despedida no rosto. A gozação foi enorme.
Dois dias depois o encontrei na praia. Eu estava em férias e ele, se dirigindo para a academia. Batemos um papo e seguimos nosso rumo. No outro dia escolhi o percurso dele, tirei a bicicleta de sua inércia e fui pedalar. Ao encontrá-lo fiz cara de surpresa e conversamos bem mais. Marcamos encontro para o final de semana. Saí duas vezes com ele. Não sei se continuo, para provar para o meu tio o contrário ou se é por que estou gostando dele de verdade.
Para o Cristaldo, aliás, Tales, eu não digo, mas para meu tio não canso de falar:
- Eu sou muita areia para o caminhãozinho dele.
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