A saudade é um nó feito na alma,
Que se aperta, às vezes, por demais,
Mas depois, de repente, se desfaz.
A tristeza adormece e a dor se acalma.
A saudade é uma doce agonia,
Como a do Cristo que seguiu à dor,
Sabendo que seu sangue salvaria
Aos seus, como a saudade ao nosso amor.
A saudade é uma rosa em botão,
Onde, então, só se pode ver espinhos,
Mas à flor, só há o tempo no caminho.
E quando a rosa vem, trás um aviso,
Que a espera morre ao toque de tua mão,
Que a saudade se afoga em seu sorriso.
R.P. 2001 |