Um soneto é um cômodo com grades,
Em número de versos, sons e rimas,
Começa prisioneiro, e assim termina,
Mas leva, essa raiz, à liberdade.
É como ter uma canção de amor,
Que te encerre os ouvidos, de alegria,
É como gostar tanto de uma flor,
Que te cubra os olhos de magia.
É como o celibato para o padre,
E a monogamia pra quem ama,
E vive unicamente em sua dama.
Pois, digo, de um soneto, a favor,
Que é um estar-se preso por vontade
Num tão contrário em si e livre amor.
R.P. 2001 |