Quer morrer caro leitor? Não? Bem, pode ser que você escape da morte, mas ainda assim eu te convido para quebrar uma perna, bater seu carro ou atropelar um otário, coisas que engrandecem o ser humano.
Eu conheço um lugar muito bom para fazermos isso. Aqui em Porto Velho. Pertinho do aeroporto.
Vou te ensinar. Primeiro você arranja um automóvel qualquer. Aí enche ele de aparelhos de som, de preferência com músicas idiotas, do tipo tum-tum-tum, com letras que chamem as mulheres de vagabunda ou coisa parecida, para mostrar que você é do tipo que aprova a decadência da sociedade.
Para complementar arranje uma caixa de isopor bem grande, para tomar tudo o que achar que tem direito, embebedando também menores de idade. Afinal, se não corromper os menores você estará incompleto. Será um meio bosta apenas.
Aí você combina com outros caras "geniais", que vão fazer a mesma coisa, e então vamos até a avenida Jorge Teixeira, no lugar onde a prefeitura destinou uma área para lazer da população no tempo em que o Chiquilito ainda era prefeito, conhecido como espaço alternativo.
Claro, o lugar já foi mais calmo. Há questão de dois anos apenas famílias passavam por lá, com perigosos carrinhos de criança e bicicletas ocasionais, num movimento de centenas de pessoas diariamente.
De noite a turma sempre aproveitou para transar nos automóveis, mas isto também não tinha importância. De vez em quando um casal era assaltado, pagando mico ou coisa mais valiosa.
Mas os assaltos parecem ter diminuído. O local está aprazível para aventuras amorosas de novo. Faça amor e jogue a camisinha no asfalto, como todos os que andam por lá. Se tiver latinhas ou cerveja também jogue na rua. É o costume da galera e se você não fizer isso vão te achar frouxo.
Mas o bom mesmo são os rachas. Neles dá prá queimar pneus tranquilamente, sempre com o som alto, enquanto as meninas "intelijumentas" soltam gritinhos e dizem: "ele é louco, é um gatinho louco".
Claro, é aí que entram as mortes. Por enquanto não aconteceram muitas. Pode dar um pouco de dor de cabeça. O importante é ficar ligado para ver se não aparece a polícia, que raramente aparece.
Também a polícia esquece que com telefones celulares é fácil denunciar qualquer deslocamento das viaturas, mas isso se tira de letra.
Pois é leitor, se você quiser transgredir na Capital, as dicas são essas. Não se preocupe com as autoridades. Elas estão dormindo.
