Usina de Letras
Usina de Letras
55 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62278 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10385)

Erótico (13574)

Frases (50666)

Humor (20039)

Infantil (5455)

Infanto Juvenil (4779)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6207)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->TRAVESSIA E FUNERAL -- 20/10/2001 - 14:34 (guido carlos piva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caminho!... Comigo pensamentos!

Penso, caminho, penso...

Piso em poças de chuva forte.

Penso, caminho,penso...

Das janelas saem desalentos...

um cheiro de pachorra em pleno ar.

Passo a passo, passo a praça...

nela, o mesmo jovem sem ilusâo.

O mesmo banco, a mesma estátua,

o mesmo velho de barba rala...

o mesmo olhar sem dizer nada

o mesmo jeito que diz: por quê?

Penso, caminho, penso...

Que faz um homem na mesma praça?

Que faz um jovem sem ter tesão?

Empilham-se dias, os anos passam...

o tempo passa, a vida passa...

o sol e lua acumulam rugas.

Será fuga? Não sei por quê?

Caminho!... Comigo pensamentos!

Penso, caminho, penso...

passo a passo, outra praça passo,

barrigas gordas estão em fila,

placentas flácidas estouram fáceis!

Um outro velho!Um outro jovem!

O mundo tosse... o jovem tosse

O velho tosse... retorce a dor.

Crianças respiram tosse,

tossem, tossem tossem...

a mesma tosse que o velho tem!

Caminho, penso, caminho penso...

Por que crianças tossem?

Tossem, tossem, tossem...

a mesma tosse que o velho tem?

Se o velho morre...

por que crianças têm que morrer?

Quantas irão morrer?

Muitas? Também não sei!

Caminho!... Comigo pensamentos!

passo a passo, o tempo passa...

Tempos de vida sonsa.

Desapegos, desempregos, vão e vem...

Crítica, metacrítica, política,

teses, feses, reveses...

juras, loucuras, fissuras,

tempos de joão-ninguém!

Caminho, penso, caminho, penso...

pelas janelas jorram desânimos,

meu canto morre na travessia.

os pusilânimes se escondem em becos,

há egoísmo do próprio ser,

Há covardia, há agonia,

há medo de se comprometer!

Mais um velho.Um jovem!

Jazem num canto,

Um canto triste refaz o dia,

o mesmo canto sem poesia,

um desencanto, um canto, um pranto!

Quantos se esconderão nos cantos?

Quantos esconderão seus prantos?

Quantos? Também não sei!

Caminho!... Comigo pensamentos!

Passo a passo, passo o subúrbio.

Subúrbio?! Nem sei se ainda existe!

Subúrbio triste!

Fábricas já não apitam...

barulho não fazem mais!

Mais um jovem sentado à porta,

não mais se importa de ir e vir

O mesmo olhar dos outos jovens

o mesmo olhar sem ter tesão...

a mesmo canto, a mesma tosse,

o mesmo cuspe de podridão!

Caminho, penso, caminho, penso...

Cadê os homens?

Cadê as leis que regem homens?

Cadê os homens que fazem leis?

Será que há lei? Também não sei!

Tudo é esquelético, maléfico...

antipoético, fétido, cadavérico!

Caminho, penso, caminho, penso...

vejo suspenso um "outdoor"...

vai haver festa na praça acima!

o que interessa pro jovem agora

Pra que a festa? Se a vida foi?

Caminho penso, caminho, penso...

Que festa é essa?

Pra quem a festa?

Como ter festa com esta vida?

se a vida em festa não é vivida,

se a festa em vida não é real...

Fazer a festa pra morte em vida

não é mais festa... é funeral!



Caminho, penso, caminho, penso...

passo a passo, repasso a vida

a vida é muda, a vida é surda!

Caminho...penso, caminho, penso...

O que mais posso fazer?





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui