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Artigos-->Guernica e a tampinha -- 22/07/2003 - 19:38 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Foi pedido que o aluno descrevesse com atenção tudo o que houvesse de bom no famoso quadro de Pablo Picasso intitulado "Guernica". Aos 13 anos parou diante do desenho, olhou bastante e resumiu tudo numa pequena frase, que entregou ao professor de artes, um senhor bastante empenhado em traduzir o pensamento dos grandes pintores modernos: "Do nada tudo se consegue, inclusive conceitos inatingíveis e inúteis".

O professor, revoltado com a falta de sensibilidade do aluno, saiu apontando o desenho da criança vitimada pelos nazistas, os adultos, a morte, etc.

Pediu que o aluno escolhesse então algo que tivesse arte, sentido e utilidade.

O aluno escolheu uma tampinha de garrafa. Leu a fórmula do refrigerante, o endereço, criticou o excesso de letrinhas, elogiou as cores, o tipo de metal, e enumerou as qualidades do objeto.

Disse que a tampinha além de lacrar a garrafa, evitando assim que o fluído vazasse, impedia também a entrada de impurezas, que poderiam alterar as qualidades da bebida, o que poderia gerar desconfiança e diminuir o número de empregos na região de origem, e mesmo nas adjacentes.

Falou que a tampinha também poderia ser utilizada para jogar futebol, bastando apenas adaptar as traves ou pintá-las na parede para que o evento tivesse sucesso.

Quase satisfeito com a explicação, o professor ainda teve que ouvir que a tampinha poderia servir de objeto de coleção(de tampinhas naturalmente), de referencial de desenvolvimento tecnológico, de acessório na manufatura de brinquedos, de enfeite de gaveta, estantes, facilmente adaptada para brincos, que estimulava a imaginação das crianças sem recursos para brinquedos sofisticados e inúmeras atividades pedagógicas, tais como jogos de tria, xadrez, damas e ludo real.

O professor ficou impressionado com a visão do aluno, mas queria saber o valor artístico da tampinha também.

O aluno respondeu que a tampinha era um objeto que retratava o real, com sua pigmentação tipicamente capitalista, tendo como finalidade segurar os fluídos na garrafa, proporcionando aos leigos a sensação de que o vidro que envolve a bebida tinha outra finalidade enquanto a tampinha lá estivesse.

O comentário foi estranho, mas o aluno complementou que a pigmentação das tampinhas de garrafa causava um efeito psicológico nos consumidores, que poderiam escolher as marcas de bebida conforme a tonalidade das cores. Desfilou exemplos de diversas bebidas que ficavam com aspecto mais artístico devido apenas ao detalhes das tampinhas.

Ao final da aula o professor não negou a razão da teoria das tampinhas, mas exigiu que o aluno examinasse um quadro de Salvador Dali, sem ter que passar pela teoria dos bigodes na próxima reunião.

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