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Cronicas-->Lembranças da infància -- 05/05/2012 - 08:18 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje, bem cedo. à caminho do trabalho, entre o metró e o cemitério avistei um pé de fixo, de folha dura e liquido pegajoso.
Parei no sinal e admirei aquela arvore bem idosa pela largura do tronco, que lançava suas raízes aéreas, que saiamdos galhos mais grossos até os mais finos, desesperadas à procura do solo e do alimento indispensável para sua sobrevivência.
Nesse tempo de sinal fechado, coisa de um minuto, voltei no tempo, olhei para trás.
Lá onde morava, ao longo da vila vizinha,havia uma série de casas, todas pintadas de amarelo bem forte, daquelas tintas de antigamente que pareciam
cal misturada com xadrez, com direitoa quintal nos fundos cheio de arvores frutíferas e tudo mais.
Numa delas eu fazia minhas aulas de reforço escolar com a Dona Ruth, que era a última casa da vila. Ao longo do caminho e na frente das casas,
existia um quadrado gramado de aproximadamente36 metros quadrados com uma árvore no meio.
Lembro de aproximadamente 5 arvores intercaladas de fixo e amendoeiras, que por sinal, quando estavam na floradadeixavam-me enjoada demais.
No final da vila, bem em frente ondetomava minhas aulas de reforço, havia um outro tipo de fixo, bem menore de folhinhas pequenas, que em certas épocas abrigava em suas folhas fechadasum bicho chamado lacerdinha, que diga-se de passagem, quando acertavamos olhos de alguém era pior do que fogo.
A vila era dividida por um muro baixo,e do lado onde eu morava, as casas não eram tão interessantes, mas o terrenoera mais alto, fazendo com que
ficasse bem fácil sentar nele e conversar com os colegas do outro lado. Esse muro era feito de placas de concreto com o acabamento arredondado.
O que nunca me dei conta, era que à medida que sentava, meio de lado, meio de costas, esquecia de balancear o peso das pernas e braços com o resto do corpo que ficava virado para a vila das casas amarelas. E não foram poucas as vezes em que perdi o equilibrio e virava de ponta cabeça do outro lado, arrancando, é claro,gargalhadas dos colegas mais gaiatos.
Já era adolescente, e nessa época, todos tinham suas bicicletas nas vilas. Juntavamos todos e percorriamos os caminhos da vila como se fosse uma
grande ciclovia. À noite, ganhavamosas ruas da vizinhança, sempre por perto, aos olhos esticados dos adultos, faziamos nossa farra. Chegavamos exaustos de dar voltas em circulos que não iam a lugar algum. Depois, para volta à calma sempre sentavamos à porta e discutiamos sobre coisa alguma.
Se tinha uma coisa que eu gostava de fazer era sorrir amplamente e assobiar. Se vinha da escola ou de qualquer outro lugar, lá estava eu de bico protuberante desfiando uma melodia qualquer. Se passava por qualquer conhecido, logo escutava,"ó menina! quer verder o bico?". Eu era assim, mais pareciaum menino.
Quando ia à padaria, volta e meia, voltavaem casa pra lemprar do que tinha que comprar, e o leite de saco, sempre chegava rasgado com minhas unhas
enterradas. O pão era bisnaga e eu gostava muito. O pão de mel era uma loucura, e o provenço eu também não dispensava. É! nunca fui magrela.
Na escola tinha algumas dificuldades com os da minha espécie. Sempre preferia um jogo de futebol à uma conversa fiada e a troca de batons de cor rosa.
Por conta disso, tinha sempre o olhar atravessado das colegas, que imaginavam minha intenção, como má.
Uns 25 anos depois, ao encontrar uma colega nas redes sociais, não fiquei surpresa ao ver seu espanto por saber que havia casado há 25 anos e que
permanecia nesse estado civil. Muito engraçado isso. Eu não quis saber do dela.
Ia de casa para escola, depois ajudava minha mãe, me pintava todos os dias na frente de um espelho de moldura de couro, com as mais divesas maquiagens que se possa imaginar, sempre sozinha.
Esse tempo foi tudo de bom, apesar das dificuldades.
Não sei bem se estou lembrando disso por conta do pé de fixo ou porque hoje encontrei seu António da padaria. Mas sei que é muito bom recordar, e lembrar de coisas boas, momentos felizes que não voltam mais.
Isso é a vida!
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