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Cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (20) -- 06/05/2012 - 10:56 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (20)

A propósito de naufrágios. Preliminarmente, até esta data e até onde me entendo gente ser, não consigo aceitar porquê se pronuncia "titanique". A rigor, o vaso foi construído num estaleiro em terras britànicas e não na França. Mas vá lá. O dia, a hora, o mês, o ano e a causa mater, todo mundo já sabe.

O que pretendo abordar agora é referente a outros aspectos, ditos secundários. Nessas últimas noites de abril, limitei-me a rastrear na internet e na tevê por assinatura, os aspectos tecno-sociais do evento trágico e irónico que teve como palco, o tenebroso atlàntico norte.

Um aspecto que me interessa ainda é quanto à grande contribuição que a revolução industrial proporcionou e ainda proporciona ao habitante do século vinte e um. No início do século vinte, as invenções predominantes eram o telégrafo sem fio, o telefone e a parafernália analógica da navegação marítima, superando a simples bússola.

Embora com todo esse aparato, a grande embarcação não resistiu ao silencioso inimigo egresso a milhões de anos da Groenlàndia, belo e obscuro no meio da noite gelada do oceano. Não nos enganemos que atrás de todo e qualquer empreendimento, reside a bordo seu resultante financeiro. Num parênteses, por isso e por causa disso, míster Cameron desde o início dos anos noventa, vinha pegando carona nas caríssimas e complicadas excursões subaquáticas, ao ponto onde o titànico havia afundado. E ele se deu muito bem.

Impressionou-me o quão gigantesco foi o esforço material e humano para se construir um navio daquele porte, inclusive porque o estaleiro White Star, queria manter a hegemonia britànica, desde sempre respeitada. Quem se interessar pelo assunto, procure rastrear os tempos napoleónicos e ficará satisfeito.

Um transatlàntico de trezentos milhões de dólares, não se pode negligenciar em qualquer época. Ademais, à concorrência do início do século vinte, se pode comparar a briguinha entre a Boeing e a McDonnel Douglas, na navegação aérea dos dias correntes. A contenda tecnológica, fruto do aproveitamento das invenções paripassu, aumenta o desejo ensandecido do homem contemporàneo, a fim de exibir seu poder, sobretudo económico.

Foram vários anos no dique seco, até que se pusesse a joia rara da tecnologia marítima, ao alcance das intempéries sociais que estavam por vir. É muito provável que míster Ismail não estivesse desafiando as forças de Netuno, ao declarar à imprensa da época, que o Titanic era inanfundável (unsinkable), posto que soubesse do projeto hercúleo e da grande possibilidade de cruzar um oceano de sonhos, mergulhados no inconsciente dos emigrantes em busca da terra prometida, a América de então.

Uma seguradora de grande porte, ela própria, jamais, de olhos e mente bem abertos, esperaria que fosse arcar com tamanha empreitada, ao amargar ora vidas perdidas, ora o ter que desembolsar alguns milhões de dólares na apólice do desespero.

Não seria o mesmo quando se vivencia nos dias atuais, a construção de um "Oasis of the seas", bem maior do que o Titanic e bem mais luxuoso, mantendo em seu interior um carrossel, para que a rapaziada, ao som de uma música comme il faut, possa girar em pleno mar, desafiando a teoria da relatividade geral, do não menos inafundável, Albert Einstein.

É impressionante o exército de homens e materiais que se aprouve edificar a embarcação em seus micro e macro detalhes. E olha que estávamos no início do outro século. Sem o aparato da tecnologia digital que hoje consegue, quase sozinha, solucionar as questões mais complexas da invenção humana.
Um iceberg não é menos nem deve ser subestimado por qualquer que seja um timoneiro. Tudo indica, como diagnóstico final da causa que teria provocado o fatídico acidente, que o experiente capitão Smith, em sua literalmente última viagem, deu de ombros e não considerou os alertas enviados, incrementando a velocidade para vinte nós(em torno de quarenta quilómetros/hora). Pobre e equivocado senhor Ferreira.

Há que se salientar, todavia, que o equivocado comandante não arredou pé de seu timão, sucumbindo ali em sua última viagem. Bem, alguém poderia até este ponto da abordagem, perguntar ao articulista: " e tua opinião sobre o filme do "seu" Jaime Camerão?".
Agradeço por me lembrarem. Apesar de ser um filmão em tamanho e duração, não me apetece esse tipo de cinema. É claro que a academia gosta mesmo quando o roteirista insere um torneio de cusparada entre o mocinho pobre em busca de aventuras e a mocinha riquinha, em busca de algo menos entediante do que a vida nababa.

Garanto, por menos oportuno que seja, ser o grande momento do filme, no meu parco senso, a sequencia da queda da porcelana de um armário. Muito expressivo momento em meio a toda aquela algaravia de (de)feitos especiais. Bom, cada um tem a historinha romàntica que merece. Os mais bobos instantes da tragédia - enquanto todo o mundo tentava buscar seu último recurso de sobrevivência - reside na cena do reverendo covarde e suas ovelhas idem, a rezar uma oração inútil que afundaria com a última esperança.
É que, com todo respeito, cada um tem a munição de salvamento que merece, qualquer que seja a circunstància real ou imaginária.

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WALTER DA SILVA
Camaragibe, 06.05.2012

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