28/05 - Que espera o país da Comissão da Verdade?
Gen Ex Armando L. M. de Paiva Chaves
Desde que foram nomeados e pomposamente investidos os sete integrantes da Comissão da Verdade, a matéria vem sendo abordada com frequência pela imprensa e por redes sociais. Em maioria, os conteúdos discutem a conveniência ou não de sua instalação e a expectativa dos resultados que
alcançará.
Há os que consideram justa a expectativa de elucidar o desaparecimento de vítimas e maus tratos infligidos a presos. Outros veem como injusta a imputação de responsabilidade a agentes do Estado que cumpriam ordens, sem outras provas além de testemunhos questionáveis dos próprios acusadores.
Há, porém, uma imensa maioria que não fala, mas se informa e reflete. Pensa na população solidária de um país pacífico, que não esteve envolvida nos fatos que se pretende desenterrar. Teme por confrontos que possam abalar a tranquilidade nacional. E não entende por que reviver um passado doloroso e correr o risco de, no presente, repetir injustiças similares.
Irremediavelmente, a Comissão está instalada e terá de apresentar resultados. Que sejam justos. Que não exponham à execração pública, pelo simples fato de terem seus nomes citados, pessoas que não tenham culpa provada. Que sejam irrefutáveis as provas de culpabilidade. E que não haja parcialidade. Excessos condenáveis contra os direitos humanos, cometidos por terroristas, criminalmente imputáveis, devem ser investigados e acusados, tanto quanto os praticados por agentes do Estado.
Muito mais graves, por suas consequências na preservação de nossa segurança, soberania e na manutenção da unidade nacional, será o atentado contra a integridade de nossas Forças Armadas. Respeitadas e admiradas, com índices de aprovação que, há anos, se mantêm dentre os mais altos em todas as instituições, já começam a sofrer efeitos de campanhas injuriosas. Tomando o todo pelas partes, maus brasileiros, generalizando, incriminam todos os militares.
Que esperam eles da Comissão da Verdade? A desmoralização da farda? Um novo caminho – gramsciano – para submetê-la e mais uma vez tentar subverter nossa democracia, depois dos insucessos pela via da luta armada, do terrorismo, do massacre de inocentes, do sequestro de diplomatas e do assassinato de parceiros?
Desistam, para o bem do povo brasileiro. O Grande Mudo não dorme.
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