Fim de tarde,
sempre ando sozinho,
numa estrada,
que não leva a nada.
Mas aquele dia foi diferente,
nessa estrada, que sempre ando,
comecei a ouvir gritos,
e vozes estranhas,
era um dia estranho.
A tarde foi embora mais cedo,
a Lua estava em frente a estrada,
e os gritos continuava,
mas a noite não passava,
e ando até hoje nessa estrada.
Ando sempre no escuro,
a noventa e seis horas, só vejo a noite,
do dia eu esqueci,
não mais lembro do Sol
e cansei de ver a Lua.
Não entendo o que anda acontecendo,
não vejo ninguém,
o que vejo é um clarão no céu,
vejo a Via Láctea,
vejo uma escada até o céu,
meus movimentos, não ordeno mais,
faço o que eu não quero,
e subo a escada.
Vejo estrelas,
planetas, satélites,
e ando na Lua.
Começo a lembrar,
que o dia de hoje,
foi um dia tristonho,
faz quatro anos que morri.
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