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Cronicas-->Professor Pardal -- 12/06/2012 - 13:51 (Berenaldo Ferreira e Séia Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Prof.
Pardal

Séia Ferreira e Berenaldo Ferreira


Dentre os pássaros, ele é o mais comum. Em todo lugar existem pardais. Não se trata de um belo passarinho. Ele é um tipo comum, penugem arrepiada, não é encorpado, inclusive é um dos motivos pelo qual voa com tanta agilidade, mas não possui a beleza e a leveza de um beija-flor.
Mas o Pardal era diferente... Ficava dentro da sua gaiola sob o olhar atencioso da dona, que cuidava para que os gatos não o pegassem. Ela o alimentava com alpiste, grãos de arroz cozido e semente de girassol. Não lhe faltava água nem pro banho de passarinho que tomava.
Pardal era triste, seus olhinhos de passarinho preso, fitava o horizonte e sonhava sair voando, vóos altos e vóos rasos, ele queria ser livre.
A dona estava limpando a gaiola quando fez um carinho com o dedo, na cabeça de penugem arrepiada do Pardalzinho, tão magrinho e indefeso. Ela ficou impressionada, teve a impressão de ter visto lágrima no olho do coitadinho. Julgou que o pássaro não mais queria viver na gaiola.
Com dor no coração ela colocou comida, água, e todo o conforto que o passarinho estava acostumado e resolveu que apesar de amá-lo muito, iria deixar a porta da gaiola aberta.
Pardal, não teve dúvidas ao ver a porta aberta, saiu para a liberdade, sob o olhar terno e lacrimejante da dona; para surpresa dela, ele voou só nas dimensões do quintal e voltou para a gaiola.
Ele não estava acostumado com a liberdade que estava recebendo, e descobriu que mal sabia voar, pois com aquele pequeno voou de reconhecimento, já havia ficado cansado.
A dona manteve a porta da gaiola aberta, continuou tratando do seu pardalzinho com o dobro do carinho, entre uma tarefa e outra ela voltava para ver se ele ainda estava na gaiola.
A tristeza foi grande no terceiro dia de porta aberta; logo cedo ela foi tratar do Pardal, e ele não estava.
Ela o procurou com os olhos aflitos e uma dor dilacerava seu coração. Não o achou, passou o dia todo esperando o regresso do pardalzinho; ela agora molhava as plantas, e encontrou uma minhoca, com ares de ser bem apetitosa. Resolveu pegá-la e deixar na gaiola para o Pardal, pois quem sabe ele voltaria?!
Já era tarde, iria começar a anoitecer e nada do Pardal, ela pensava que algum gato da vizinhança pudesse tê-lo pego, pois ele não sabia voar direito. Ou ainda que alguma passarinha tivesse se engraçado para ele, que era inexperiente; já estava preso há muito tempo, cairia nas asas da primeira que aparecesse.
De repente, ela ouviu um cantar de Pardal arrependido! Deu uma enorme alegria em seu peito, mas tentou disfarçar a fim de não assustar o passarinho.
Ele encontrou na gaiola e viu tudo arrumadinho, esperando por ele, e com uma novidade: uma apetitosa minhoca para o jantar.
A dona ficou toda feliz, e por mais que tivesse vontade de fechar a porta da gaiola, com medo que o Pardal fugisse resolveu que a manteria aberta, e dali em diante, não deixaria faltar uma minhoquinha para o pássaro, nem que fosse só aos domingos. Ele pensava em como havia sido difícil o seu dia voando, sem destino e de um lado para o outro. Pensou em como sua dona o tratava bem. Do carinho na cabeça, do alpiste de boa qualidade, da semente de girassol que ele comia com prazer e satisfação, da água fresca para beber e do banho, sem falar os grãos de arroz graúdos que ele tanto gostava...
Não, ele não iria mais voar para aventuras. Era definitivamente um pássaro caseiro, não era do mundo, ficaria onde tem carinho, atenção.
A dona manteve aberta a porta da gaiola para dar a ele a falsa impressão de liberdade...
Às vezes ela estava fazendo as coisas da casa e era surpreendida com o pardalzinho, pousando em seu ombro, fazendo-lhe companhia.

22/07/99
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