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Cronicas-->Relacionamento e goma de mascar -- 29/04/2001 - 10:30 (Fabiano Novais) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Relacionamento e goma de mascar


A teoria era perfeita. O Dagoberto sentara introspectivo na mesa de bar de sempre. Os amigos debatiam alegremente sobre sexo, política e a seleção do Luxemburgo. Foi quando uma voz se levantou do nada:
- Os relacionamentos são iguais a chiclete-bola.
O silêncio foi inevitável. O Oscar soltou uma gargalhada e tomou outro gole de cerveja. O Almeidinha perguntou, intrigado e já meio bêbado?
- Por quê?
E o Dagoberto esclareceu:
- O chiclete é doce no começo, assim como os relacionamentos que começam com toda aquela paixão - flores, bombons, cineminha, etecétera. Quando não tem mais nada, joga-se a goma sem doce fora. É igual ao fim dos namoros que não deram certo e que, no final, acabam num dia-a-dia sem ternura nem afeto. Ou os casamentos, em que, após dez ou quinze anos, perdem o mel - aquele da "lua de mel".
"Às vezes a goma gruda no sapato - são os problemas de relacionamento - e você começa a odiar aquilo que tanto gosto lhe trazia há dez minutos atrás".
- Bonito, Dajuda (esse era o apelido do Dagoberto)! Mas você acha que um relacionamento se resume a isso?
- Não. O amor, por exemplo, é quando você descobre que a goma sem doce ainda pode dar uma bola. O doce acabou, mas o que ficou não se acaba, a capacidade de fazer uma bola é quase infinita. Tudo vai depender se você está ou não preparado para fazer um balão ou uma bolinha. As crianças não sabem fazer bola, assim como as pessoas imaturas não sabem amar. Às vezes ela explode na sua cara. Mas melhor ter trabalho retirando os restos do chiclete na barba do que nunca te feito uma bola de goma-de-mascar.
- E o chiclete de caixinha, o que seria?
Dagoberto não pestanejou:
- Os relacionamentos sem futuro.
- E o babalu? - apertou-lhe sem abraçar o Almeidinha.
Ele continuou, catedrático:
- Você nunca teve uma surpresa com uma mulher que, apesar de não ser muito bonita por fora, é um achado? Uma paixão ardente pode vir do tempo de relacionamento. Aparentemente é uma goma como as outras. Se você ficar somente na superficialidade do relacionamento e não tiver a coragem de se entregar e dar a primeira mordida, nunca descobrirá o recheio, a felicidade do verdadeiro sabor - e parou, olhou para a tulipa de cerveja que refletia sua cara de autoconfiança, tinha inventado a teoria perfeita. Ou melhor, a tinha descoberto, como todas as boas idéias são. Descobertas pelas pessoas com sensibilidade. Ele estava tão cheio de si como o copo, de cerveja.
O Oscar sacaneou:
- E os chicletes com dois sabores?
- Com esses eu não mexo - retrucou, sério, tomando mais um gole de cerveja.
A conversa continuou animada até que, às dez, chega o Fernandinho, filho do Dajuda.
- Pai, a mamãe tá chamando pra janta.
E ele, circunspecto e introspectivamente filosófico:
- Sabe quando gruda no cabelo?
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