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cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (24) -- 18/06/2012 - 09:04 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (24)

A esguia fogueira das vaidades ainda arderá por muito tempo. Enquanto perdurar esse conteúdo inarredável a alguns seres humanos; e até que se extinga, as eleições já terão esfriado alguns ànimos. Tudo isso expresso para analisar o atual quadro que se descortina na troposfera da pendenga recifense COSTA, COSTA e mais companheiros petistas.

No mês de fevereiro passado estive num evento sócio-político, para comemorar o aniversário de um pré-candidato a vereador por Camaragibe. Lá se encontravam próceres, militantes e alguns comensais ávidos para devorar as carnes adiposas da feijoada e esvaziar os litros do uísque do professor. Tudo, como manda o figurino, para angariar votos e determinar uma plataforma na legislatura municipal.

No meu entender de participante ativo da política local, admito suprapartidariamente que o PT camaragibense anda meio fraturado desde a aliança com o PCdoB do atual prefeito. Internamente, a sigla também se ressente de uma explícita liderança, ainda que eu, guardadas algumas condições, esteja apoiando a ex-vice-prefeita, médica Nadegi Queiroz. No evento supracitado, indaguei ao deputado federal João Paulo de Lima, sobre a pendenga entre ele e o atual prefeito do Recife. Ele foi direto e peremptório: "Não existe mais acordo entre mim e João da Costa".

À pergunta não se antecipariam os acontecimentos explosivos com a anulação das prévias pela alta cúpula do PT e a continuação do imbróglio com as ameaças e ataques pessoais, ingredientes indesejáveis - mas incontroláveis - num cotejo político. Eu próprio fui pré-candidato a vereador em 2000 e senti na pele a grande dificuldade de entender a priori as entrelinhas da política no atacado e muito menos em seu varejo, a posteriori.

Mas não passei da pré-candidatura, por várias razões, incluindo aquela que diz respeito às causas e consequências atribuídas no teor do primeiro parágrafo deste texto. Num parênteses, fico meio estarrecido, ainda que entenda, quando presencio alguém se dizer apolítico. Ora, sem queimar muitos bits, não existe ninguém, rigorosamente ninguém, apolítico. Se da polis fazemos parte, somos políticos porque dela participamos, ainda que com algumas restrições constitucionais, no momento do voto obrigatório.

Tanto em Recife como em Camaragibe, a política, em sua essência, deverá ser a mesma: participar da ação municipal, utilizando a credencial de cidadania que nos outorga o direito de agentes do processo eleitoral, embora detestado por muitos pelos motivos acima explicitados. Minha bola de cristal ainda é suficientemente opaca para poder prever o que virá depois, tanto no Recife, quanto em Camaragibe, onde a taxa demográfica eleitoral é menor e a densidade política idem. Quando li o capítulo dezoito do livro O PODER do grande preceptor Bertrand Russell, convenci-me de que "todavia, a democracia, embora necessária, não é de modo algum a única condição política exigida para a domesticação do poder" (p. 172).

No àmbito municipal, mormente, tal assertiva é plenamente justificável, uma vez que as diretrizes são, em menor escala, as mesmas que se orientam em nível estadual ou federal. Avento, por oportuno, que gerenciar poder não é a mesma coisa que gerenciar o negócio público. Há uma tênue diferença, ainda que bastante visível quando observada com o lado contrário do binóculo social.

O poder, ainda que não absoluto, corrompe de qualquer forma, se percebido pela ótica do oportunismo, do interesse pessoal e pela ganància estrábica. É só se olhar para a Càmara dos (in)comuns na política praticada em pindorama, onde a forma mais trivial de se gerenciar poder é constituir comissões parlamentares (pra lamentares?)de inquérito onde se tenta resgatar do tapete vermelho da vergonha, a sujeira que se esconde ao longo dos anos de política.

Talvez, para relaxar na frenética dança forrozeira, seja melhor utilizar o período junino, não como metáfora, mas como algo que se nos redima de que, qualquer fogueira, seja lá qual for a altura de sua chama, não conseguirá extinguir completamente, a vaidade humana.
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WALTER DA SILVA
Camaragibe-PE, 18.06.2012






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