17 usuários online |
| |
|
Poesias-->VÍRUS NATALINO -- 07/04/2000 - 12:11 (sidney pires) |
|
|
| |
VÍRUS NATALINO
É natal
Há luzes nas lojas
Há gente nas ruas
Há sonhos dispersos
Nas ondas do ar
E a esse brilho nos olhos
Das gentes nas ruas
Somam-se muitas mãos
Montes e montes de mãos sedentas
De outras mãos afagar
Só porque é natal
As bênçãos do céu
Neste natal
Descem silentes
E nos penetram do modus
Ora e outrora vivendi
Natalinamente
E mesmo que por parcos,
Esparsos momentos,
As pessoas ensaiam os mesmos
Velhos sentimentos, idênticos,
Ou nada diferentes
Das bênçãos do céu
Que nos envolvem natalinamente
Parece que só mesmo João
Permanece impassível
Nem percebeu que há um natal
E continua a perseguir o pão vosso
De cada dia, no seio do mesmo quintal,
Tangente aos nossos destinos
Caneca sempre suja
Roupa inadequada
Lampeja luz embaçada
Na moldura dos olhos remelentos
Alheio a tudo o que lembre o natal
Das lojas, as luzidias fachadas,
Dos sonhos, aeriformes elementos,
E caminha de um jeito impróprio
De andar, indiferente ao nosso
Efêmero vírus de bondade
Sem eira nem beira
Onde se abeirar
E sem paz nesta terra
De homens com pouca
Ou nenhuma boa vontade
|
|