Preocupados, os moradores de Cacoal(RO) já começaram a chiar. Está em curso o fechamento de mais uma opção universitária, comprometendo o capital intelectual da cidade progressista. Trata-se do curso de Administração mantido pela Unir, universidade pública.
Os estudantes temem que seja fechado o curso, a exemplo do que já aconteceu com economia e pedagogia. Faz parte do pacote de medidas do MEC para a política universitária, dando continuidade ao projeto neoliberal de Fernando Collor, Itamar e Fernando Henrique.
Sob os auspícios do companheiro Luís Inácio Lula da Silva as universidades públicas parecem seguir firme o passo do sucateamento e da privatização.
Será que o companheiro Luís Inácio que tanto defendi está se equivocando no governo? Será que o doce sabor do poder está contaminando a água do velho metalúrgico, que serviu de esteio para toda uma geração acreditar na possibilidade de mudanças num país quase “imexível”?
Quando o ministro Magri criou a palavra “imexível” foi criticado, pois o termo é muito estranho, e já existem palavras com significado semelhante, mas talvez tenha achado a palavra correta para alguns absurdos.
Entre estes absurdos está a política universitária pública, alvo da iniciativa privada desde a década de 1970, que foi até parcialmente defendida pelo general Figueiredo, resistindo a pressões diversas até o governo de FHC.
FHC quase destruiu a universidade pública e Lula foi eleito para resgatar parte do patrimônio técnico e intelectual do país, sucateado por interesses mil. E agora o companheiro fecha cursos e possibilidades no interior de Rondônia.
Eu e tantos outros que estudamos em escolas públicas e defendemos sua manutenção e qualidade perguntamos novamente: o que é isso companheiro?
Não sou do tipo que vota nas pessoas para agradá-las, muito menos para chamá-los de senhor durante entrevistas coletivas. Votei no Lula metalúrgico que prometeu defender camadas populares dos grandes interesses mesquinhos do país.
Ao diminuir a oferta de cursos universitários o companheiro diminui as possibilidades de crescimento de lugares carentes como Rondônia. O capital intelectual é indiscutível.
A ditadura militar expulsou cientistas brasileiros para o EUA e Europa. Lula não cursou faculdades e talvez desconheça um pouco a questão do capital intelectual.
É nele que reside a força da tecnologia de um povo e a chance de se mudar alguma coisa. Fechar cursos é negar chances. Está na hora de acordar o companheiro Lula para algumas coisas.
Acabar com cursos da universidade pública é cegueira administrativa. O companheiro tem que abrir os olhos.
