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Cronicas-->Samul, O Paxá -- 23/07/2012 - 13:29 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ficheiro:I Selim.jpg 

                              Samul, o  Paxá

     Samul, o Paxá, ali na sua herdade era Paxá de verdade.

     No salão principal era um príncipe sem igual.

     O trono, um sofá, era um berço esplêndido para o seu corpo talhado, sentado ou deitado.

     O pano aveludado, macio aconchegante.

     Poltrona criada para o conforto do corpo. E larga, caso lhe apetecesse deitar ali a criada.

     Trono folhado a ouro, uma amostra do tamanho do seu tesouro.

      Deitado naquele sofá o Paxá era valente, dono de toda a gente.

      O Harém era dele e de mais ninguém.

      Eunucos por todo o lado tomavam esse cuidado.

      Às mulheres oferecia pouca ou nenhuma cortesia, estavam ali para o  servir. Se não o

      deixassem  contente, era hora de partir.

      Paxá de verdade não tem piedade.

      O chicote entrava fundo na carne de todo o mundo.

      De tanto ficar no trono sentado, deitado, o seu corpo adoeceu.

      Samul, o Paxá, morreu.

      Pensou logo: vou para o céu. Bateu à porta meio  desconfiado.

      Depois falou com os seus botões: Paxá é Paxá, o que é que há!

      Para  sua surpresa um anjo abriu a porta e mandou-o entrar.

      Desceu uns degraus, deu para perceber que os corredores que via, pela pouca luz que

      havia, aquilo era o porão do céu, mesmo assim ainda era céu.

      Quase no final do corredor uma porta se abriu,  Samul o Paxá ficou pasmado: aquela era

      a sua sala, igualzinha, tal qual, e o trono, o sofá, tal qual ao que deixou cá. Tudo, tudo era

      Igual.

      O anjo então lhe disse: -  acho que não falta nada, Deus é bom, aqui está tudo que querias

      Quando no outro mundo vivias.

      - Mas isso eu já tinha lá.

      - Este era o céu que pedias, o que temias perder, agora é teu para valer.

      - E as minhas mulheres?

      - Assim como tu também faziam os seus pedidos, sempre os mesmos: pediam para o céu

         as ajudar a se livrarem de ti; para que os teus olhos nunca mais as vissem; para que as

         tuas mãos nunca mais as tocassem; para que a tua fúria nunca mais sobre elas caísse;

         para que o teu chicote nunca mais em sua carne encostasse.

      - E os criados?

      - Assim como as tuas mulheres pediam para que o teu chicote fosse aposentado, parasse

         De ferir o seu corpo chagado.

      -  Assim com tu todos foram atendidos.

         Samul olhou mais, lá estava o seu chicote na parede pendurado, aposentado.

      - Só um pedido: será que é permitido fazer daqui uma ligação para o meu irmão?

         O anjo passou-lhe o seu celular.

      - Samir! Sou eu, o teu irmão Samul que morreu.

      -Samir! Espalha para todo o mundo que tomem cuidado com o que andam a pedir a Deus.

       Ele sempre atende as súplicas de todos os filhos seus.

 

                                                                   Lita Moniz 

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