Chove no Rio.
E eu gosto porque faz refrescar o tempo.
Isto sem contar que uma chuva leve
é tão poética quanto um dia ensolarado...
Mesmo sendo outono
Minha acácia ainda me presenteia
com dois cachos tardios.
Lindos... Bem aqui, defronte à janela ...
Fico a imaginar
o coração de pedra
de quem não gosta de flores...
Deve ser alguma maldição!
Quanto ao “imperdoável”
Caro poeta
Dizem que Jesus
Mandou perdoar
Não setenta
Mas setenta vezes sete...
Há coisas na vida
que eu jamais pensei
que fosse perdoar
E, no entanto, não só perdoei
como não guardo nenhum rancor.
Perdoar é nobre.
E os que nos fazem algo
que pode ser taxado de “imperdoável”
são os que formam a escória do mundo.
Quando os perdoamos, porém,
não os isentamos das culpas,
apenas nos livramos de um peso
que macularia nosso espírito
tornando-nos iguais a nossos algozes.