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Poesias-->DESERTO -- 22/10/2001 - 23:49 (Paulo Sérgio Rosseto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ameaçou chover esta noite sobre meu desejo

Mas foi só ventania empoeirando os olhos

Faltou água no céu, não carregaram as nuvens

A lua não viu, chegou tarde, soube pelas estrelas.

Amanhã certamente contarão ao sol

Algum anjo louco há de fazer com que ele saiba

Sempre é assim, desde o princípio, nada me assusta

Esse vendaval vem como um falso beijo que não molha

Vício da natureza, falta de malícia, percepção

Quando acaba a ousadia da maré não se força a sedução.



Fosse eu pescador, arrastava das profundezas do oceano

O alimento de meus sonhos, mesmo que tardio

No entanto aguardo, ainda que inquieto, que acordes

E tua boca me morda o braço e tua língua me coma úmida

Por isso escondido versejo secreto, em silêncio

Ando perdendo o sentido, perdendo a força do passo

Me sinto descalço, com frio, quero me livrar dessa cama

Sente saudade de mim, me chama, me chama!





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