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cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (31) -- 09/09/2012 - 11:48 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (31)
Hoje, 09 de setembro é dia do Administrador. A regulamentação profissional foi outorgada pela lei 4769 dos mesmos dia e mês, no ano de 1965. Portanto, apesar de predominar ainda certa ignorància em referência aos aspectos institucionais ou da práxis do profissional, algumas conquistas foram alcançadas na sedimentação da carreira e sua contribuição às sociedades nas quais vem se desenvolvendo.
Nos Estados Unidos, país do qual herdamos muito, surgiram as primeiras Escolas de Administração, mas sob a ótica pública, da gestão de governo, um tanto distante do negócio empresarial. Com o boom industrial e da linha de produção, o fordismo (Henry Ford,{1863-1947}) incentivou o ensino da administração empresarial, inspirado e oriundo dos métodos revolucionários, com a criação da Ford Motor e a construção do primeiro automóvel em 1893. Mencionar todos os pioneiros da administração como uma técnica avançada e um arcabouço científico peculiar, seria fugir do foco dessas linhas. A rigor seria mais prudente avaliar o amadurecimento profissional, ora acadêmico ora praxiológico, vez que se trata de uma atividade eminentemente prática aplicada. Kurt Lewis, um desses estudiosos a contribuir para a aceitação definitiva do Administrador como animal político, já preconizava no século passado: "não há nada mais prático do que uma boa teoria".
Essa frase foi durante muito tempo, nos meios acadêmicos, o carro-chefe da filosofia e do modus operandi da profissão, para inseri-la definitivamente na coisa social e no dia-a-dia da sociedade cibernética. Em que pese sua "dependência" de outras áreas da ciência social aplicada, a Administração contemporànea tem provado ao longo desses quarenta e sete anos de regulamentação, o seu não isolacionismo, num mundo cada vez mais convulsionado, se pretendendo, no meu modo particular de ver, uma atividade multidisciplinar.
Embora me considere um "clínico geral", não posso me esquivar de aceitar, ainda que com certas restrições, a exagerada especialização profissional, a exemplo de quase todas as profissões do bloco das ciências aplicadas e, porque não reconhecer, das áreas de engenharia, medicina, direito, etc.
Como exemplo, talvez já não subsista nos dias correntes, o profissional que numa rápida mas eficaz anamnese, possa diagnosticar no sistema de sintomas empresariais, qual a devida terapêutica a ser gerenciada ao cliente ou clientes.
A sociedade cibernética em que vivemos, está muito além de nossa imaginação de leigos e acima de nossa parca leitura ou visão de futuro. O Administrador do século vinte e um é uma espécie de "factótum", embora no bom sentido e haja ele mesmo que estar informado dos outros ramos da ciência, incluindo a heurística ou a teoria de filas, no estudo da pesquisa operacional. Todavia, sempre me debati com ser o Administrador, não somente um mero animal praxiológico, mas alguém que pugna por compreender melhor as consequências do negócio, o valor do trabalho e o que ele representa para o homem como ser social e, definitivamente, estar ciente de que o capitalismo, tal como sobrevive hoje, tem que se curvar diante da cooperação, como tão bem assinala Richard Sennett (01/01/1943) ao longo de sua obra como historiador e sociólogo. É importante que se leia "O declínio do homem público", obra recente.
A atividade profissional do Administrador, como um grande polvo, pretende abarcar o máximo de áreas, perdendo, em consequência disso, a percepção do todo que é muito maior do que a soma de suas partes. A proliferação de escolas e faculdades que teimam em produzir administradores como Ford produzia automóveis, gera necessariamente, um profissional ávido de ter e ausente da consciência de ser.
Imagine-se hoje a filosofia organizacional chinesa e sua desenfreada fome de produzir e vender mais, a despeito dos níveis de qualidade do profissional que entrega de bandeja ao mercado. Edu Lobo, compositor e artista brasileiro, disse certa vez que um autor musical é obrigado a frequentar o teatro, a ópera e o ballet. Noutras palavras, quaisquer que sejam os profissionais em suas diversas áreas há que ser informado do que explode e eclode em seu redor e saber interpretar sua repercussão.
As sociedades industrializadas tem seu lado prosaico quando educa para competir apenas e não para criar uma harmonia entre seus agentes, visando ao bem geral sem ruptura da individualidade. Se me perguntam aqui agora que tipo de Administrador a Universidade deve produzir, eu digo de bate pronto: um humanista não imediatista que saiba um pouco de tudo e esteja consciente da sustentabilidade do sistema social, usando o lucro apenas como um meio e não como um fim em si mesmo. Estão todos os estudantes de administração pública ou privada convocados a refletir sobre seu papel social e estar cientes de que o poder é transitório, o lucro é fugaz e o ser humano apesar de finito, há que melhorar sua interação social, sendo mais fraterno, justo e solidário.
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WALTER DA SILVA (Administrador - 1969)
Camaragibe-PE
09.09.2012
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