Às vezes, o que resta pra ser feito num domingo à tarde quando se mora só em uma cidade que não é a da sua família, é ir ao shopping.
Comigo não foi diferente. Sem ter mais o que fazer, fui ao shopping. Vaguei pelos corredores em busca nem sei do quê. Acabei encontrando um antigo amor, Felipe.
Felipe foi meu primeiro caso. Tivemos um relacionamento por um ano e meio. Terminamos porque não éramos gays. Que estupidez! Antes tivesse tido a lucidez da minha sexualidade naquela época e lutado pelo amor de Felipe.
Felipe não estava só no shopping. Renato o acompanhava
Pra encurtar a história, digo que Felipe, Renato e eu trabalhamos no mesmo local na época em que Felipe e eu tivemos um relacionamento.
Quando terminamos, sem propriamente terminar porque nunca admitimos nosso relacionamento, Felipe estava interessado em Vanessa. Ou se dizia interessado nela. Foi a razão do ou a desculpa para o nosso rompimento.
Uns dois anos mais tarde reparei que Felipe e Renato estavam tão juntos quanto Felipe e eu tínhamos sido. Mas se tínhamos sido apenas bons amigos, porque eles também não poderiam ser?
Hoje, no shopping, porém, percebi que história era diferente, que da mesma forma que Felipe e eu tínhamos tido um caso, Renato e ele também o tinham. O difícil foi admitir que depois de três anos e meio eu ainda sinta algo tão forte por Felipe a ponto de sentir um enorme constrangimento estando perto dele e ficar engasgado sem saber o que falar.
Um amor mal-resolvido é pior do que a dor da separação porque não se sabe o desfecho da história, assim como dessa crónica.