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cronicas-->Zé Mamão -- 02/01/2013 - 13:31 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

      Se me permite o eufemismo dizer que ele casou em idade avançada, não posso negar que um quarentão é velho demais para uma moça de dezoito.

Acostumado desde sua juventude ter caso com as gobilas, Zé Mamão não procurou a esposa na primeira noite, nem no segundo dia, nem na terceira aurora que acordaram juntos.

Queixosa, Medalhinha confessou à mãe:

— Ainda não sou mulher!

Conhecedora da história do genro. Tinha inveja e até certo desejo quando ouvia dizer: “O Zé é bem dotado. É coisa para mais de metro...” Ele mesmo parodiava João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, cantando muitas vezes por dia: “Feche os olhos e sinta um metro e trinta de alguém que não vive sem você...”

Enquanto isso, a coitada de Dona das Dô, mãe de Medalhinha, se contentava com o pequeno polegar do marido que se inspirava em Chitãozinho e Xororó: “De que me adianta, ter um pau de anta, se quando eu preciso ele não levanta. Eu prefiro ter meu pau de cutia, mas que se levanta de noite e de dia...”

O caso dela, aliás, do marido, não tinha jeito. Viagra não faz crescer... Tinha muita esperança de um dia a ciência descobrir o crescentil, uma espécie de picacilina, um emplastro, fosse o que fosse. Esperava...

— Zé Mamão não te procurou até agora, com esse tempo de casada você ainda é virgem? Pois tome um banho com urina de égua, deite na rede e espere ele chegar do serviço. É tiro e queda! Quando sentir o cheiro, vai vir rinchando feito jumento pra cima de você. Mas vá com cuidado. O povo diz que o “trem” dele é...

— Pode falar, mamãe!

— É grande demais, minha filha. Dizem que o homem é um jegue.

Mesmo com a receita da mãe, naquele quarto dia de casada, Medalhinha dormiu como se estivesse sozinha no quarto. Dormiu, simplesmente, dormiu... A segunda receita foi sonora, uma vez que a olfativa não deu resultado.

— Pendure chocalhos no punho da rede e balance quando ele chegar...

Zé não bebia a não ser água, café e chá. Pensou em mandar a filha fazer um chá de calcinha, mas isso seria o terceiro plano, caso a segunda receita não funcionasse.

Naquele dia, no final da tarde, Zé engoliu de uma só vez um copo cheio de Jurubeba Leão do Norte e se transformou numa fera, a ponto de ir apressado para casa ou pegar qualquer bêbado na rua e fazer o serviço ali mesmo!

Chegou, entrou e sem fechar a porta já foi tirando as calças. Era uma coisa descomunal... Fedia a suor, a mijo de égua, alguma coisa expelida por glândulas de uma espécie animal em extinção.

Medalhinha deitou-se na rede e balançou. Os chocalhos soaram como se estivessem presos ao pescoço de uma jumenta ou de uma égua no cio.  Olhou desconfiada na direção da porta que permanecia aberta. Valei-me Santa Madalena, isso é uma vara de tirar mamão!

Naquele lengalenga, no vaivém da rede, ele despejou mais de um litro de leite nela e disse sem perceber: “Só não te dou um sapato porque você tem o pé redondo!...”

— Que é isso, Zé?

— Falei nada não!

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