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cronicas-->Essas coisas dos anos 50 -- 02/01/2013 - 17:47 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Meu pai comprava nas cidades de Fortaleza e Crato, Ceará. Vendia em seu estabelecimento comercial e também de forma ambulante nos lugarejos vizinhos.

Ele tinha um razoável estoque de tecidos, remédios populares, tintas para tingir roupa, óculos de grau e bebidas leves: os famosos capilés e água inglesa.

Vendia também biotônico Fontoura, melhoral, regulador gesteira (utilizado para regular o ciclo menstrual), sabonetes e creme dental Gessy e pó de arroz Lady, com sua engraçada poesia, gravada na estampa:


“O feitiço deste pó,

Fez a Chiquinha Bocó

Mais feia que São Simão,

Casar com Zé Violeiro,

O cabra mais feiticeiro

E mais bonito do Sertão”.

 

A loja estava repleta de tecidos e outras mercadorias, quando foi decretada a moratória dos anos 50. Muitos comerciantes da região fecharam suas lojas. Seu Antônio teve que se desfazer de parte dos bens para pagar aos credores...

Um deles cresceu as vistas sobre a roça do carnaubal, por causa da produção de cera de carnaúba que alcançava bom preço de mercado. Porém, a forte e guerreira mãe de 14 filhos protestou: “Antônio, você pode entregar tudo, mas a roça do carnaubal não... Eu não assino a venda do carnaubal!


LIMA, Adalberto; SOUSA, Neomísia. Saga dos Marianos. Usina de Letras, 2008

 

COMENTÁRIOS:         

 

 

Adalberto: sua ideologia como função estética no conto é implícita. Sua construção morfossintática, que relaciona ideologia de um tempo passado com a arte aplicada cumpre uma função estética no seu texto literário de coesão e coerência, estruturando-se como uma realidade formal e prendendo a atenção do leitor, até o término da narrativa. Havendo o componente semiótico na discussão social e familiar no texto, do mesmo modo, buscando em sua estrutura a presença de um discurso ideológico subjacente (a recusa da mãe na venda da roça do carnaubal),revelando-nos o próprio discurso literário , ao sopesar os modos, os focos narrativos da época. Se é verdade que aí podemos descortinar o reflexo do real através da duplicação de desejos, costumes, também nos é facultado apontar o fio condutor da narrativa , como estrutura: o que é- quando pode ser, localizando num bloco que se isola de ensejos financeiros e, nos permite , como leitores, apreciar, avaliar e aplaudir uma construção semântica no seu conto literário. Bjs. Solange (Portal Literal)

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