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Poesias-->IMPOSSIVEL -- 28/10/2001 - 16:45 (Paulo Sérgio Rosseto) |
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Amor de poeta é risco incauto e profano.
A garganta canta ou grita,
Quando se quer largar se agarra e agita.
Nenhum batuque marca mais que seu pulso
Nem existe impulso maior que seu lado aflito.
Amor de poeta é tísico organismo
Desencorajado aplique na terra da lua
Piada de paixão que mais que enfeita, assusta.
Amor de poeta é cavalo
Saboroso fedor do pelo que atrai a fêmea raiada.
Precisar dormir sem ter motivo e apelo
Descansar do êxtase do verso no seio da noite.
Ai de quem se apaixona pelo homem adverso
Colhe meninice, desassossego.
Coração de poeta é anverso mar
Praga ferrenha sobre a cidade desdita.
O amor desse homem é incompleto
Todo momento é delírio sem tempo de beijo.
Do real faz-se encanto, desse conto um romance.
Quem dera não poder amar nunca para evitar a dor
No peito da estrela proclamada e pura.
Irreparáveis dedos que arrancam do escuro as sílabas
E tecem, costuram, esmerilham e prendem.
Sem fim nem começo.
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