Meu barco ancoro
Em teu seguro porto,
Cais da minha alma.,
Muralha feita de corais,
Viva pedra.
Quando lanço âncora em teu chão,
Quase morto,
Gemo de calor e preguiça.
Recolho as velas infladas,
Delas não mais preciso.
Pois embalo o turbilhão do cansaço.
Na doce paz de tua graça.
Gosto quando me acolhes navegante
E rio solto
Dos teus doidos gestos.
Pois que de nada serve
O que te trago de além mar
Ante ao que me ofertas
Por estar presente.
Te encontro estendida,
Pronta para a dança
- Dancemos a canção feita a conta-gotas
Brindemos a volta,
Me dá teu beijo.
(Nesse abraço precinto que nada te afaga
Além do singelo vestido azul do oceano que te gruda)
Deixa nesse misterioso prelúdio
Desnudar-te pela vida afora,
Confessar no teu peito
A saudade voraz dos teus braços.
Retorno,
Gosto de vir porque te acho
E assistes a minha busca.
|