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Poesias-->PARTIR -- 28/10/2001 - 23:08 (Paulo Sérgio Rosseto) |
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Serviu-se do claro dourado esperado do sol
Como alimento da manhã.
Poderosa aurora transpôs-lhe
De seu deserto interior à flor da terra
À opacidade de sua alma.
Pode ter de volta na miragem
Os olhos de feitiço da mulher que também queimara só
E ouvir sua voz, ler a sua prudência
Pode esse andejo intermitente de certa forma
Recompor seu trajeto, enxergar na luz o destino.
Pode divisar de novo um horizonte!
Andou ainda que em círculos sobre si mesmo
Contou as pegadas e viu ser capaz
De as continuar produzindo nas areias brancas
Imprimiu seu rastro, mexeu os membros, esforçou-se ele.
- Ambos arderam impiedosos nas bobagens do medo
Por toda uma noite.
Se deram as mãos, agora - as virtuais mãos
- Ela pode recostar o corpo em seu dorso (alento e sonho)
Despertaram mais tolos que nunca, e indóceis,
Aprontados da noite bastarda onde latejaram uníssonos ainda que distantes.
Não tem mais o sinal do lance da morte na fronte ao menos
Desfizeram-se das imprudentes rajadas da fuga
E partiram engajados na língua da tarde
Confidenciados e secretos, contumazes até.
Cada um em sua pátria distante:
Ele sempre beduíno, e menino.
Ela tão menina, secreta e audaz.
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