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cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (48) -- 19/01/2013 - 12:25 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (48)

Leio por aí que a FORBES publicou a lista dos religiosos brasileiros mais aquinhoados. Não movi pálpebra nem jamais me iludi. Afinal, o que se quereria: fossem eles samaritanos, pés descalços, roupas andrajosas a exemplo do seu mestre? Este tipo de democracia permite quase tudo, incluindo a isenção de impostos importantes, das igrejas protestantes. Quanto à católica, origem e berço de nossa suposta "civilização", a suserania já foi instalada faz muitos séculos. Cobrar dízimo dos fiéis é uma opção de cada um deles. O seguidor paga se quiser e segundo sua convicção de outra vida no porvir. O que mais me deixa fulo na medula é a não exigência de contribuir com o fisco, como todo assalariado com a exceção dos salários minimalistas. Ora, a autoridade fiscal está alopécica de saber que para mudar esse quadro só e somente se toda a comunidade contributiva, incluindo a mim, exercer sua cidadania e enviar ao Congresso um projeto de lei pertinente. Já pensei muito nisso e ainda não movi palha. Quem sabe se surgir na internet uma massiva campanha pleiteando algo do gênero? O que tenho feito, de fato, é levar na chacota. Exemplifico: criar uma lei que não permita mais a assistência do SUS aos evangélicos. Achou estranho não é? Pois prepare-se para desopilar. O argumento que permeia tal limitação é que os tais crentes não necessitam a rigor utilizar o SUS, porque já têm JESUS. Tenho um amigo protestante de uma linha não fundamentalista que riu muito com a ideia, ele que acima de tudo é um homem reto, trabalhador intelectual e excelente pai de família.

Chacotas à parte, convenhamos que a primeira moção consistente em forçar a barra para que religiões sejam contribuintes, aparenta-se-nos vital no incremento do erário. Contudo, duvido muito que, àqueles que creem piamente sejam possuidores de uma gleba no quarto reino futuramente, a medida soasse inócua. Quando transito em frente a um templo dessas diversas instituições cristãs, hei de reconhecer: vai ter fé assim na caixa-prego. A contrição é sua principal linha de pensamento e ação. Todos sabem que a mente cria truques tão verossímeis, que a fé leva um sujeito ou uma sujeita, a acreditar na cura da dor na perna, do cálculo que desapareceu do ureter e que a divindade proverá a compra do seu luzidio carro zero, mormente agora que suas excelências governamentais reduziram o tal imposto da produção industrial. Retornando à FORBES, que dizem ter tanta credibilidade quanto a voz tonitruante dos pastores evangélicos, ela está cumprindo o papel para o qual foi idealizada. Particularmente, essa revista não faz parte de minhas preferências. E o mais curioso é que esse tipo de publicação se presta àqueles que se impressionam com pesquisas, sejam elas calcadas em atributo científico ou não. Ademais, a um assalariado de pequena monta, tais informações não devem ter a menor importància. Entra por um olho e sai pelo outro. Se não sabem, já que se trata de fortunas religiosas, constituir uma seita religiosa custa a bagatela supra de míseros 450 reais. Um cartório pode resolver tal empreendimento, de modo rápido e confortável. Escolher um nome significativo e mercadológico para a nova corrente também não deve ser lá motivo de pànico criativo. Duro será fazer a campanha para motivar e impressionar os futuros fiéis, mas isso é só olhar ao redor e observar que as carências sócio comportamentais pululam na superfície da comunidade. Lembrai-vos todavia que quanto menos letrado o fiel, maior seu engajamento, contrição e disponibilidade em retirar dez porcento de seu salariozinho mensal.
Não se negue a despeito disso tudo, a furiosa intolerància que os religiosos fundamentalistas nutrem contra gays, candomblecistas, umbandistas e quejandos. Essa fúria é bem mais intensa do que contra os ateístas porque em sua maioria teimam em se esconder no armário. Os seis ministros (eita pretensão) miliardários incluem um casal que já foi pego com evasão de divisas a mais do permitido.
Soube também que um próspero dizimista atleta, KAKÁ, já teria debandado da tal Igreja Renascer, que antes de atingir transcendentalmente seu principal objetivo, se deu conta da malandragem ministerial e da magreza de sua conta corrente.
O negócio gerado continua crescendo "graças a deus" como diriam os senhores ministros. Eles produzem de tudo ou quase: publicações, discos e vídeos digitais, canais de televisão, showmen e show-women. Não se estranhe, em meio a tanta prosperidade, se eles um dia, ainda neste século, descobrirem quanticamente a certeza final da bem-aventurança e convencerem o Estado a se tornar, como no passado, submisso a estamentos da idade do bronze, nos quais não se pode provar nada, porque dogma, por definição, não se prova, qualquer que seja o preço pré-estabelecido.
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WALTER DA SILVA
Camaragibe-PE
16.01.2013
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