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Cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (52) -- 24/01/2013 - 22:16 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (52)

Das duas únicas vezes que estive em Washington DC, durante minha estada nos EEUU, para estudar, uma delas incluía um pouco de turismo. Assim sendo, fui visitar o monumento a Abraham Lincoln, que todo mundo conhece ciberneticamente, sem sair de casa. Aquele edifício clássico, adornado/amparado por colunas enormes, num pé direito muitas vezes mais alto do que um turista. Exagero do arquiteto? Talvez. Mas no mínimo preserva a memória de alguém que, sob todas as intempéries, concorreu para dizimar a escravidão, durante um árduo tempo. Republicano (porque ninguém era de ferro), e aquariano de Kentucky, foi muito criticado por uma boa parcela de seus aliados e por ter sido muito prudente na abolição da escravatura. Mesmo assim, debaixo desse cenário meio desfavorável, liderou a nação durante o conflito da Guerra Civil americana. Para variar o pano de fundo, era também advogado esse décimo-sexto presidente da nação manda-chuva. E perdeu por duas vezes a eleição para o Senado. Lincoln era bom de retórica, próprio da rapaziada do Direito.
Os republicanos radicais não desejavam a abolição da escravatura, senão a seu modo. Aliás, grande parte do mandato foi utilizado para reconciliar e abrandar os ànimos dos barulhentos xiitas da Guerra de Secessão. Nisso, em muito vemos alguma semelhança nos dias pandemónicos de nossa política partidária. Curioso é que Lincoln não saiu do seu gabinete, negociando uma vereda menos sangrenta, ainda que, contraditoriamente, a guerra civil tenha dizimado em torno de novecentas mil almas, entre civis e militares, número maior do que a guerra do Vietnam. Poucos dias depois da rendição definitiva dos Confederados, ele é o primeiro presidente norte-americano assassinado.
No exercício da função fanática de matador, John Wilkes BOOTH, um famoso ator medíocre, era um espião dos Confederados e já houvera uma vez planejado sequestrar o presidente. Depois de ouvir um discurso de Lincoln que prometia direito de voto aos negros, Booth, irado, não tirou por menos: com a anuência dos cúmplices separatistas, planejara assassinar o presidente no teatro. A ação homicida foi simultaneamente repetida com os assassínios do vice-presidente e do secretário de Estado.
O presidente, sem seu guarda-costas particular, lhe teria contado , dias antes, um sonho onde previa sua morte iminente. Valendo-se de um momento humorístico na peça "Nosso primo americano", Booth furtivamente entrou no camarote e, sob o barulho das risadas da plateia, atirou a queima-roupa no presidente. O tiro disparado por uma pistola calibre 44, atingiu Lincoln na cabeça, sob o olhar perplexo do casal Henry Hathborne, um militar, e sua noiva Clara Harris. O militar tentou agarrar Booth em sua tarefa já consumada, mas foi golpeado por uma arma branca que o assassino empunhava. Enlouquecido, ao ver o ato devidamente concretizado e o major Hathborne debalde com um profundo ferimento no braço, ele corre para o palco e, como um herói solitário às avessas grita em latim: "Sic semper tyranis", assim sempre ocorre a um tirano. Feito isso, correu em disparada, que pese o ferimento na perna no momento em que pulou ensandecido para o palco do teatro. Perseguido implacavelmente pelo FBI da época, foi encurralado e baleado dentro de um celeiro no estado da Virgínia. O corpo de Abraham Lincoln foi sepultado na cidade de Springfield, Illinois.
No próximo 12 de fevereiro, Abraham Lincoln, carrancudo à Beethoven, faria 204 anos de existência, ele que morrera prematuramente aos 56 anos de idade. Algumas coincidências se verificam nesses acontecimentos, com a morte brutal de Júlio César, general romano. A primeira se dá pelo sonho do homem, numa premonição de sua morte trágica, ao contrário do imperador, cuja mulher tivera o mesmo presságio/pesadelo, pedindo-lhe para não ir ao Senado. A segunda em relação ao nome dos assassinos: Booth e Brutus, que teria sido o último a esfaquear seu melhor amigo, quase um filho. (O vocábulo booth em língua inglesa, quer dizer cabine telefónica).
Nessa sexta-feira, dia 25, estreia em muitas salas de cinema no território nacional, o filme "Lincoln", uma portentosa produção americana, tendo Daniel Day-Lewis no papel principal. Minha dedicação de cinéfilo inveterado não será satisfeita. Parece pirraça ou coisa de menino mijão, mas não estou disposto a sentar numa sala de projeção, ainda que bem refrigerada, e ser submetido ao barulho do mastigar de pipoca e o som brega dos "Tasaonde", que é o nome adotado por mim para os aparelhos celulares. Esperarei pelo DVD e desejo uma boa sessão aos caríssimos leitores... se os há.
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WALTER DA SILVA
Camaragibe-PE
24.01.2013
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