Tenho medo que o meu espírito se empobreça, tenho pavor que a minha mente se apague e eu enlouqueça e sem cabeça apenas meu corpo fique no comando, sinto pânico de perder a minha capacidade amar e terror de passar pela vida sem ter deixado frutos.
Mas do resto não sinto medo, a minha porção “água” pensa como Vinicius de Moraes: “ resta esse diálogo cotidiano com a morte, esse fascínio pelo momento a vir”.Não ter medo tem suas desvantagens, você fica corajoso demais, e acredite, até coragem em demasia é nocivo para a saúde.Correr riscos demais pode abreviar o corpo, se bem que expande a alma, sei lá.
Mas a minha porção “terra” é bem mais cautelosa( se bem que agora ouço uma canção dos anos 80 da Whitney Houston “I Wanna Dance With Somebody “com o coração aos pulos e me invade uma alegria desmedida, como se eu estivesse celebrando a gratidão de estar vivo), ela me mantém preso ao que passou, não tenho medo do que está lá na frente, tenho a certeza dos meus “predestinamentos” e amo meu destino, tenho pavor é do que deixei para trás, porque pode definir quem eu sou hoje.É uma batalha.(E a musica da Witney que gostosa, olha só um pedaçinho da tradução “Oh, eu quero dançar com alguém/eu quero sentir o calor com alguém/é, eu quero dançar com alguém/com alguém que me ame/eu me apaixonei e perdi meus sentidos/rodando pela cidade/mais cedo ou mais tarde a febre acaba/e eu termino me sentindo pra baixo).
Nada fica preso na minha cabeça, eu sempre liberto aqui, por meio das palavras e se for preciso usarei todas que conheço.
Você é uma em um milhão querida. “Preciso de alguém que me segure em seus braços/Preciso de uma mulher que vai se arriscar/Em um amor que seja quente o suficiente pra durar/ Então quando a noite cai, meu coração solitário chama/ Você não quer dançar comigo,querida?”
Ok, você pode até ficar em dúvida sobre meus sentimentos, respeito isso em você (escutei essa frase um dia e jamais esqueci),mas não me importo, porque os meus sentimentos estão além das dívidas e dúvidas, eles nadam na minha porção “água” e não tenho qualquer controle sobre eles.Você é uma em um milhão de garotas, acredite nisso.Chamo-te de pastora de nuvens, porque foi emprestado de um poema de Cecília, te vejo em todos os lugares dessa cidade.
Vou tirar a Bruna Lombardi pra dançar, assim, olha o trecho do poema dela:
“Que me venha esse homem/depois de alguma chuva/que me prenda de tarde/em sua teia de veludo/que me fira com os olhos/e me penetre em tudo...”
E nos passos do meu caminhar pra dançar com Bruna respondo:
“ Nunca precisei sair do meu lugar pra chegar/ em você eu sempre estive/o destino só estava esperando o lugar/e o amor é o nosso filho concebido do ato de se amar”.
E Bruna nos passos de sua dança diz:
“Que me salve esse homem/com sua febre de fogo/que me prenda no espaço
de seu passo mais louco...”
E no meio do salão o meu ultimo passo é assim:
“Tem coisa que a gente sabe /Só de sentir com o coração/Tem coisa que a gente só descobre /Vivendo uma desilusão”