A mídia comercial das televisões revelou no último domingo, 10 de agosto de 2003, o quanto os interesses comerciais podem atrapalhar um bom trabalho de jornalismo aliado ao espetáculo.
O tenista argentino naturalizado brasileiro(e que não ousem duvidar de seu orgulho verde-amarelo) Fernando
Meligeni conquistou a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de São Domingos, capital da República Dominicana, despedindo-se de uma carreira empolgante com medalha de ouro.
Meligeni venceu o chileno Marcelo Rios, que já chegou a ocupar o primeiro lugar no ranking da Associação deTenistas Profissionais há pouco tempo, em partida considerada emocionante. O brasileiro venceu o calor e a categoria do chileno, fazendo uma das partidas mais emocionantes de tênis do ano corrente.
Ao superar o chileno Marcelo Ríos, por 2 sets a 1, de virada, com parciais de 5-7, 7-6 (8/6) e 7-6 (7/5), Meligeni aumentou para 11 o número de medalhas de ouro do Brasil, ultrapassando o México na luta para ficar entre os líderes no quadro de medalhas.
A programação comercial das emissoras, que são concessão pública no Brasil, não conseguiu achar espaço para encaixar "Fininho", como é carinhosamente conhecido o tenista, em suas programações insossas de final de semana. Os brasileiros tiveram que se contentar com a emoção do vídeo tape, não menos empolgante, mas que não chega a ser exatamente o que se pode chamar de cobertura, tanto do ponto de vista jornalístico como de espetáculo.
Se houvesse uma possibilidade de estabelecer uma cadeia nacional de televisão, ou, ainda que apenas uma emissora transmitisse a última partida de Fernando Meligeni, o jornalismo nacional e a televisão de espetáculo teriam registrado um dos seus grandes momentos.
Não foi assim por falhas na lei. Quem tem televisão de canal aberto teve que assistir a programas cansativos e sem criatividade como o de Fausto Silva, Gugu Liberato e outros chatos de plantão.
Enquanto os atletas valentes buscam medalhas para superar todas as marcas(a bem da verdade anteriormente eram riscos) no campo do atletismo, o gigante dorme em berço esplêndido, pilotado pelos Marinhos e Abravanéis que não tiveram sensibilidade de acompanhar e prever os grandes feitos dos valores tupiniquins.
Valeu Meligeni. Dane-se esta mídia caolha que não conseguiu acompanhar teu brilho mais de perto.
