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cronicas-->Um grito de mãe, mãe maldita. -- 07/02/2009 - 19:36 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um grito de mãe, mãe maldita.
Ana Zélia

Quis escrever aos velhinhos quando falaram na melhor idade.
Foram seis décadas de espera, afinal, cheguei.
Quis fazer uma retrospectiva de tudo o que houvera passado,
criança doente, asmática, raquítica, mas afoita, adorava cantar, estar em todas.
Depois a escola, foram tantos anos, sonhava crescer, ser doutora, promotora de Justiça, condenaria todo assassino de mulher.
Casei tão cedo, fui mãe tão jovem, nem acabava de ter um, o outro já estava a caminho.

Cinco. Apenas três sobreviveram e contra a vontade, das palavras bobas dos idiotas que dizem: É a vontade de Deus! Achava que era a ignorància de não saber, não ter um controle de natalidade.
Para serem mãe, todas as mulheres, deveriam ter carteira, fazer cursos, cursos, cursos...
Minha vida daria uma novela de mil capítulos, daria nome a personagens estranhos que passariam a serem conhecidos na telinha.
Hoje com mais de sessenta voltei a ser mãe maldita.
A desgraçada que não morre, só atrapalha os benditos filhos postos no mundo.
Malditos ventres que geraram monstros em vez de gente.

E o Governo cria delegacias de mulheres, delegacia de idosos e todos os santos dias, milhares de mulheres são violentadas, mortas estupidamente e ninguém faz nada.

Os assassinos estão soltos e prontos para enganarem outras, fogem para outros estados, a impunidade prepondera.

E os velhinhos, muitos verdadeiras "Galinhas dos ovos de ouro" dos contos de fadas, ganham bem, fizeram nomes, seus proventos sustentam a uma cambada de jovens, moços que não estudam mais, nem se preparam para concursos, só reclamam, maltratam, um olhar de ódio, se pudessem matariam fulminados com olhos magnéticos.

Malditos ventres que geraram monstros em vez de gente.

Pobres velhinhos, assaltados pelos próprios filhos, expulsos de seus lares, obrigados a mendigarem nas esquinas, a dormirem em pequenos cubículos, porque seus quartos viraram quartos de casais, são seus filhos que merecem melhor tratamento ou motéis ambulantes...

Dos pais, dos velhos, eles só querem o cartão magnético, fazem empréstimo sem autorização e isto é roubo e ai do velho se falar, é morto.
A herança é dividida mais depressa, as autoridades nunca saberão destes crimes que acontecem diuturnamente.

Quantas mães mortas, almas ambulantes numa carcaça de pele e ossos, isentos do pagamento de passagens, ainda saem de casa, outros os ossos atrofiam e silenciosos aguardam o dia da partida que demora muitas vezes, ouvindo os gritos e desabafos daqueles filhos malditos.

Como será o amanhã? Só o tempo, a ocasião dirá impune eles não ficarão tenho certeza. É muita maldade.

Malditos ventres que geraram monstros em vez de gente.
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Este é um lamento não só meu, mas de tantos, como advogada, mãe, mulher, poetisa, consigo transferir ao papel, o ódio que nos vai à alma. Fazer o quê? Ana Zélia
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