O PREÇO DA LIBERDADE!
Ana Zélia
Custa caro um direito almejado por muitos,
MULHER! CONQUISTA FÁCIL!...
Tentem...
Conquistar o mundo, a vida. É tão difícil.
O preconceito existe no peito e na mente das pessoas.
O "sexo frágil" tão forte, precisa vencer barreiras,
picadeiros, montanhas, marés da vida, marolas...
Liberdade inexiste desde a escolha da família.
Nascemos em qualquer lugar.
O destino é traçado "nas estrelas".
Num livro secreto por um Senhor com muito Poder.
Uns nascem em berços d´ouro, outros nos becos, sarjetas,
troncos de bananeiras.
Uns com tanto, outros sem nada.
O nome que recebemos ao nascer é beneplácito não dos
Deuses mas dos pais.
Não o escolhemos, o direito é deles.
Escola, religião, rumo e rota de vida, traçam eles.
Caminhamos nós.
Onde está o direito de liberdade tão propalado?
O livre arbítrio?
Nos livros, nas codificações ou no ser humano?
Um tombo e os feitores ávidos por cobranças nos baixam o açoite.
São vítimas dos ensinamentos de uma Sociedade repreensora.
NINGUÉM É PROPRIEDADE DE NINGUÉM.
Nossos caminhos errados ou certos devemos traçá-los e percorrê-los.
Tentem e nos atiram no "pinel" da vida, nos manicómios,
Onde a loucura é o extravasamento do ser, do ego.
Lá os loucos são bons.
Os débeis mentais em sua maioria ficam cá fora.
MULHER! CONQUISTA FÁCIL!...
Se errarmos na escolha o preço é alto. Tiros, facadas, maus-tratos
e a escravidão disfarçada.
A rebeldia. O anseio de liberdade leva a mulher aos píncaros da glória.
Sair da lama e palmilhar os degraus da fama
não é mérito dos pusilànimes.
VITÓRIA SEM LUTA PERDE O SENTIDO.
A liberdade tem preço, custa caro e paga-se mais caro ainda.
O açoite vem de todos os lados.
A senzala pode ser o lar desfeito, o filho que se foi, o rosto virado,
O beijo negado, o ser humilhado.
Liberdade custa caro. É um dom superior a vida.
Pior que a morte é ser escravo do "nada".
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Este poema daria título ao meu livro, mas Mulher! Conquista fácil!...
Prevaleceu.
Porque fácil só conseguimos pancadas.
Vítima da violência familiar,
me considero sobrevivente de guerra.
Tenho outros poemas que vão dando vida e coragem à s tantas Marias da Penha.
Na minha caminhada encontrei policiais que riam e diziam:
De dia apanha e vem pra Polícia. À noite vai pra cama.
Fazer o quê?.
Se você quer um padrinho poderoso, busque os livros, sou vencedora.
Ana Zélia
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