Eram horas da noite, do dia ou da noite, o quarto escuro sem relógio não precisava o momento.
As roupas assistiam tudo, acho que estavam cheias do nosso orgasmo, todas embrulhadas pelo compartimento todos anarquisado.
O espelho não refletia os olhares estafados e saciados que brilhavam no escuro oferecendo o pouco de luz que podia conter o recinto hermético.
Não totalmente hermético percebi em seguida. Um vagalume iluminou o sexo dela facilitando a penetração mais uma vez. Chocado o inseto foi embora sem esperar o agradecimento do casal.
Talvez tenha ido para outra peça para ouvir os sussurros e gemidos do quarto.
Sem noite, sem nomes, apenas sexo em volúpia e lascívia incontida. O quarto cúmplice dos desejos imortais dos simples mortais amorais.
Somente o canto das aves ao longe sugeriu alguma noção de tempo.Logo sufocado pelas loucuras indômitas do casal.
Entre beijos e abraços o ruído de um avião sugeriu movimentos de risco maior. Silêncio novamente. Esfalfados caíram sobre si mesmos ao longo de mais um tempo sem tempo. Efeito do tempo.
Alguns dias depois alguém se incomodou e abriu a porta. Juntos e exauridos estavam sem consciência, resultado do sexo em todos os sabores.
Foram recuperados e voltaram ao ninho de amor. Parece que ainda estão lá. Ou é o vento que sussura e geme todos os dias?