Mãe Terra!
Perdoa estes teus filhos que a ti destroem
Perdoa estes teus filhos que em teu seio acolhes gentilmente oferecendo, tuas águas, tuas matas, teu solo para o nosso alimento.
Te afrontamos sem a menor piedade, arrancamos tuas arvores, sujamos teus rios, teus mares, e poluímos teus ares.
Extraímos do fundo de tuas entranhas teu líquido precioso, formando um grande vácuo nas tuas profundezas, em favor do nosso progresso.
E tu mãe, e tu agonizando silenciosamente...
Quando aprenderemos que um dia tu ressentida, doente nada mais terá a nos ofertar?
Além de tanto te maltratarmos, ainda nos oferece teu solo, para nos agasalhar na morte.
E nós mãe?
O que temos feito para te preservar?
O que temos feito para que não venhas a agonizar?
Nós, filhos ingratos que te pisamos, que te agredimos, que sejamos ao menos dignos em reconhecer que um dia nada mais terá a nos oferecer.
Neste dia lembraremos dos bons tempos em que tínhamos todas as estações,
Lembraremos que nos brindava com raios e trovões,
com o sol delicioso, ameno, gentil, assim como o frio que nos aconchegava uns aos outros, embelezando de branco nossos caminhos e nossos telhados.
Mãe terra, Mãe generosa.
Nós teus filhos, cravamos um punhal em teu coração, mãos que matam, mãos sangrentas mãe...
Perdoa-nos pelas agressões, perdoa-nos por nossa ignorância, nossos filhos sofrerão o poder da nossa ganância...
Na tua morte, todos morreremos, e será tarde demais para que reconheçamos que tu é a vida de nossas vidas.
|